Publicado 06/09/2019 21:41
O presidente da República, Jair Bolsonaro, cometeu mais uma de suas irresponsabilidades ao afirmar dias atrás, no anúncio da carteira digital para estudantes, que “vai faltar dinheiro para o PCdoB”. Nesta sexta-feira (6), ao assinar a Medida Provisória que instituiu essa carteira estudantil, o presidente não citou a legenda comunista, mas persistiu no ataque ao que chama de “marxismo cultural”. Na ocasião, disse que a nova carteira “vai evitar que certas pessoas, em nossas universidades, promovam o socialismo”. Na verdade, ele intensifica a guerra suja contra a democracia, utilizando-se de fake news e provocações, como fez também contra cientistas, ambientalistas, personalidades internacionais, democratas, lideranças e entidades dos movimentos sociais.
Seguindo sua batuta, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, publicou em uma conta nas redes sociais que Bolsonaro, quando candidato, foi esfaqueado por um militante filiado ao PCdoB. A afirmação não tem nenhum nexo com a realidade. Ela repete a infâmia do bolsonarismo que tentou envolver o PSOL quando houve o crime da facada, repudiado por todas as forças políticas do país.
As afirmações do presidente e da ministra são mentirosas e irresponsáveis. Diante do fracasso geral do seu governo, do desastre em várias áreas — em especial na Educação —, Bolsonaro revida com agressividade aos protestos que têm se avolumado e se ampliado no setor educacional do país. Ele tenta frear esse tsunami atacando a União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade de longa tradição e respeitada por amplos setores da sociedade.
Como fez com o movimento sindical, o presidente tenta debilitar também a luta dos estudantes, atacando as suas legítimas fontes de funcionamento. Fica claro que presidente e a ministra, com sua guerra suja, buscam realizar aquilo que prometeram — banir a esquerda, os socialistas e os ativistas dos movimentos sociais da vida política e social brasileira.
Não conseguirão. É com esse tom que lideranças nacionais do PCdoB têm rechaçado essas investidas. Elas fazem parte do plano maior de Bolsonaro para mutilar a democracia e a Constituição Federal.
Contra essa escalada retrógada, felizmente vai se ampliando e se avolumando uma tomada de posição de amplas forças políticas, da esquerda à centro-direita, além de personalidades da sociedade, na defesa da democracia. Em vários espaços e meios, personalidades e dirigentes do PCdoB repelem com veemência esses ataques mentirosos e se movimentam também para adotar as medidas judiciais cabíveis.