Com crise na Amazônia, rejeição ao governo Bolsonaro dispara 20 pontos
A avaliação negativa da gestão Jair Bolsonaro (PSL) disparou de 19% para 39,5% entre fevereiro e agosto. A alta da rejeição – de 20,5 pontos percentuais – é um dos dados mais reveladores da nova pesquisa CNT, encomendada pelo Instituto MDA e divulgada nesta segunda-feira (26). A crise na Amazônia teve impacto direto no resultado. Pela primeira vez no histórico de pesquisas do gênero, o meio ambiente aparece entre as áreas “com o pior desempenho” de um governo federal.
Por André Cintra
Publicado 26/08/2019 12:17
Conforme o levantamento, a avaliação positiva do governo retraiu dez pontos porcentuais. A aprovação ao governo foi de 38,9% para 29,4% nestes seis meses. Para 29,1% dos entrevistados, o governo é regular. Sobre o desempenho pessoal de Bolsonaro, a taxa de desaprovação cresce ainda mais. A pesquisa aponta que 53,7% dos brasileiros reprovam o presidente, contra 41% que o aprovam. Outros 5,3% não sabem ou não responderam.
A sondagem captou os impactos da crise de imagem que acometeu Bolsonaro, seu governo e o próprio Brasil em agosto, diante das queimadas da Amazônia e da reação desastrosa do presidente. Quando estimulados a citarem duas áreas em que a gestão Bolsonaro apresenta seu pior desempenho, 26,5% já indicam o meio ambiente. É a segunda área mais mencionada, atrás apenas da saúde (30,6%). Na sequência, aparecem educação (24,5%), economia (17,6%), direitos humanos e reformas (ambos com 13,6%), relacionamento com o Congresso (11,2%) e segurança (11,1%).
Além disso, 93,5% dos entrevistados consideram “muito importante” a preservação do meio ambiente, e 69% acreditam que deve haver equilíbrio entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico do País. De acordo com o levantamento, 83,4% creem que o aquecimento global é uma realidade, enquanto apenas 11,8% dizem que se trata de “uma teoria exagerada”.
A pesquisa CNT/MDA entrevistou 2.002 pessoas, em 137 municípios, de 25 estados, de 22 a 25 de agosto. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.