Como a “revolução colorida” quer arruinar o futuro Hong Kong
Uma “revolução colorida” é o que tem lugar em Hong Kong? Pensamos que sim, embora isso seja, de certo modo, desconcertante. Os motins em Hong Kong têm-se desviado do intuito original de oposição à lei de extradição, tendo-se materializado em uma forma de destruição do Estado de direito da cidade. Vários manifestantes radicais procuram paralisar a cidade, sabotar a autoridade do governo e da polícia.
Publicado 17/08/2019 11:42
As demonstrações não são mais uma forma complementar de expressão de exigências sob o enquadramento legal, mas uma tentativa de suplantar o Estado de direito e reformular a estrutura de poder da cidade. Trata-se, portanto, de uma revolução colorida típica.
Os motins se desenvolvem em termos de organização e planejamento – a oposição política e os manifestantes foram integrados, contando com diversas formas de assistência e apoio de forças ocidentais. Manifestantes radicais provocam distúrbios, grupos extremistas de oposição política destilam as implicações políticas dos protestos nas ruas, enquanto os EUA e o ocidente atribuem legitimidade moral aos motins, distorcendo os fatos, confundindo o certo e o errado, induzindo a sociedade de Hong Kong ao erro.
Todas as revoluções coloridas em todo o mundo destinaram-se à mudança de regime. Mas Hong Kong não é um país. O governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong precisa da autorização do governo central. Como tal, é fútil “derrubar” o governo da RAEHK.
O primeiro passo da revolução colorida de Hong Kong passa por paralisar completamente o governo local, a polícia e o Estado de direito, e comprometer o estatuto de Hong Kong como centro financeiro internacional. Ao fazê-lo, os manifestantes radicais procuram forçar o governo central a desistir da gestão de Hong Kong, conceder o sufrágio universal e devolver a cidade ao mundo ocidental.
O estatuto de centro financeiro internacional da cidade e a sua indústria logística e turística conferem a vitalidade da sua economia. Todos eles foram profundamente atingidos pelos motins. Se Hong Kong perder seu estatuto de centro financeiro, a queda da cidade é inevitável.
Os EUA e o ocidente não terão pena de Hong Kong, nem outros países ou regiões asiáticas, como o Japão, Coreia do Sul, Singapura, e a ilha de Taiwan. Apenas Hong Kong e a China continental irão sofrer as consequências. Essa queda levará à instabilidade de longo prazo em Hong Kong, aumentando, assim, o fardo político e econômico da China. É isto que algumas forças americanas e ocidentais pretendem que aconteça.
Algumas vozes dizem que a definição dos motins de Hong Kong como revolução colorida não levam em conta a insatisfação de alguns cidadãos locais. Argumenta-se também que culpabilizar os EUA e o ocidente por interferência externa é uma forma de encobrir problemas internos. Todas as revoluções coloridas têm motivos internos, como a existência de pobreza e o aumento do fosso entre ricos e pobres. Uma revolução colorida é maligna, na medida em que considera a “democracia” como prescrição para problemas econômicos enraizados de longa data.
Todos os países que protagonizaram revoluções coloridas nos últimos 20 anos enfrentaram as consequências da instabilidade de longo prazo e do declínio econômico. Os EUA e o ocidente promoveram essas revoluções, mas abstiveram-se das suas responsabilidades pelos resultados mais incómodos.
O governo chinês nunca permitirá a oposição extrema e que o ocidente arraste Hong Kong para o campo anti-China. Muito menos permitirá que a cidade se afunde no caos permanente ou se torne uma base para o ocidente subverter o sistema político da China. Trata-se de uma luta sombria contra as tentativas de extorquir o estatuto de centro financeiro à cidade.
Este estatuto de Hong Kong é importante para a vida dos habitantes locais, fazendo parte dos seus interesses mais elementares. Como tal, é também uma luta por parte dos hong kongers para assegurar a sua subsistência. Os chineses do outro lado da fronteira apoiam-nos incondicionalmente.
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