Indústria volta a cair e deve ter recessão sob o governo Bolsonaro

A produção da indústria nacional recuou 0,2% em maio, na comparação com abril, conforme a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta terça-feira (2) pelo IBGE. O setor industrial acumula queda de 0,7% nos primeiros cinco meses de 2019 – o que sinaliza um ciclo recessivo sob o governo Jair Bolsonaro (PSL).

Indústria

Houve avanço de 7,1% em relação a maio de 2018, mas a comparação é indevida já que aquele foi o mês da greve dos caminhoneiros e 21 das 26 atividades industriais desabaram momentaneamente. De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, a paralisação causou um efeito negativo que atingiu grande parte da indústria, gerando uma base de comparação baixa, com ênfase na produção de automóveis e caminhões.

Desta vez, o perfil das mudanças na produção industrial em maio – na comparação com abril – ficou bem variado, com taxas negativas em 18 das 26 atividades na passagem do mês. Contribuições negativas vieram com veículos automotores (-2,4%), bebidas (-3,5%), couro, artigos para viagem e calçados (-7,1%), produtos químicos (-2%), produtos de metal (-2,3%), produtos de minerais não-metálicos (-2,1%) e diversos (-5,8%). Todos eles vinham de avaliações positivas em abril.

Entre os resultados positivos da passagem de abril para maio, a indústria extrativa avançou 9,2%, recuperando parte dos 25,6% de perdas acumuladas nos primeiros quatro meses do ano. Uma parte desse resultado se deveu à retomada da produção de minério de ferro no Pará, que tinha sofrido atrasos em abril por causa de condições climáticas adversas.

Outro impacto positivo importante no setor veio dos derivados de petróleo e biocombustíveis (3,2%), que interromperam dois meses consecutivos de queda e acumulavam -4,9%. “Os avanços no mês se concentraram principalmente na categoria dos bens intermediários, ou seja, matérias-primas usadas pela própria indústria, grupo que avançou 1,3%, enquanto os bens de consumo tiveram queda no período”, conclui André.

Até o momento, no período correspondente a janeiro e maio de 2019, o setor industrial teve uma queda de 0,7% em comparação à mesma época do ano passado. As taxas negativas atingem quatro das grandes categorias econômicas, dez dos 26 ramos, 41 dos 79 grupos e 48,6% dos 805 produtos pesquisados, informou o IBGE.

O pior resultado foi o de indústrias extrativas, com queda de 13,2%. Equipamentos de impressão e reprodução de gravações, com menos 12,4%, e equipamentos de transporte, com 11,2% negativos, são outros produtos com diminuição significativa no setor industrial.

Já entre as grandes categorias econômicas, os bens intermediários tiveram queda de 2%, motivados pela redução nas indústrias extrativas. Segundo o IBGE, o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração em Brumadinho foi crucial para os resultados negativos.

Da Redação, com agências