Centrais sindicais chamam Dia Nacional de Mobilização para 12 de julho
Após o êxito da Greve Geral de 14 de junho, as centrais sindicais reafirmaram a unidade do movimento para enfrentar a reforma da Previdência no Congresso Nacional. Em nota divulgada nesta terça-feira (25), as entidades se posicionaram contra o relatório substitutivo do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) e anunciaram uma nova jornada de lutas: o Dia Nacional de Mobilização, em 12 de julho, “com atos, assembleias e manifestações em todas as cidades e em todos os locais de trabalho”.
Por André Cintra
Publicado 25/06/2019 21:44
A prioridade do movimento sindical, nesta semana, é intensificar a pressão sobre os deputados federais. “Renovamos e destacamos a importância de reforçar a atuação junto ao parlamento e parlamentares, visando argumentar e tratar das questões e do conteúdo dessa nefasta reforma”, afirmam as centrais, na nota. “A unidade de ação foi essencial para o sucesso das iniciativas até aqui coordenadas pelas Centrais Sindicais. Reafirmamos nosso compromisso de investir na continuidade da unidade de ação”, agrega o texto.
“O relatório da Reforma da Previdência ainda sustenta muitos retrocessos que merecem ser observados”, afirma Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). “A batalha no interior do Congresso ganha força, e o papel da oposição no diálogo, na interlocução e na articulação política se constitui num trunfo importante na luta de resistência contra o desmonte da Seguridade Social.”
Para Adilson, porém, é preciso “compreender que, no campo político, o jogo se dá dentro do campo. Esse cenário controverso exige cada vez mais amplitude, plasticidade e sagacidade”. Entre as ações a serem realizadas, o líder da CTB fala em "ocupar aeroportos, dialogar com a base dos parlamentares e fortalecer os atos de rua". Tudo isso, diz ele, "vai contribuir muito para uma mudança de curso da conjuntura nacional".
Na próxima sexta-feira (28), as centrais farão uma reunião de balanço, além de alinhar os preparativos para 12 de julho. O Dia Nacional de Mobilização deve ocorrer na mesma data em que a UNE (União Nacional dos Estudantes) fará um grande ato em Brasília, em protesto contra os cortes de verbas na Educação. A manifestação faz parte da programação do 57º Congresso da UNE, previsto para 10 a 14 de julho, na capital federal.
“A convocações das manifestações de 12 de julho nos estados e em Brasília pode ser decisiva para barrar a reforma da Previdência. Essas são as evidências do caminho certo que ganhou a luta e unificou estudantes com trabalhadores”, conclui Adilson.
Confira abaixo a nota das centrais:
Renovamos e destacamos a importância de reforçar a atuação junto ao parlamento e parlamentares, visando argumentar e tratar das questões e do conteúdo dessa nefasta reforma.
A unidade de ação foi essencial para o sucesso das iniciativas até aqui coordenadas pelas Centrais Sindicais. Reafirmamos nosso compromisso de investir na continuidade da unidade de ação
As Centrais Sindicais conclamam as bases sindicais e os trabalhadores a intensificar e a empregar o máximo esforço para atuar junto às bases dos deputados e senadores, nos aeroportos, com material de propaganda, e marcar presença também nas mídias sociais, exercendo pressão contrária à reforma em debate no Congresso Nacional.
Nosso estado de mobilização permanente, que deve ser debatido e confirmado em assembleia nos locais de trabalho, é a resposta para barrar a aprovação do projeto e também evitar que os pontos críticos sejam reintroduzidos no texto.
Declaramos que, em 12 de julho, realizaremos um Dia Nacional de Mobilização, com atos, assembleias e manifestações em todas as cidades e em todos os locais de trabalho, bem como estaremos unidos e reforçando o grande ato que a UNE (União Nacional dos Estudantes) realizará nesta data em Brasília, durante seu Congresso Nacional.
Em 28 de junho, as Centrais Sindicais farão um balanço dos trabalhos da semana, do andamento do processo legislativo na Comissão Especial e dos preparativos para a mobilização de 12 de julho.
Investir na mobilização que cresce com a nossa unidade é reunir forças para convencer e vencer esta luta.