Caio Yuji de Souza: os estudantes deram o recado a Bolsonaro nas ruas!
As mobilizações dos estudantes, ocorridas nos dias 15 e 30 de Maio, reascenderam a chama da luta. Somadas à greve geral de 14 de Junho, compõem um grito de resistência dos jovens, professores, cientistas e trabalhadores em defesa da educação e do futuro do povo brasileiro.
Por Caio Yuji de Souza*
Publicado 21/06/2019 18:40
Enquanto Bolsonaro e seu governo apresentam propostas que vão na contramão de um país soberano, desenvolvido e com universidades de ponta, os estudantes se mobilizam, em todos os cantos do Brasil, para apresentar alternativas que promovam inclusão, geração de emprego, educação e saúde de qualidade. O conjunto de ataques do governo federal à autonomia universitária e à liberdade de cátedra unificam amplos setores da nossa sociedade com o objetivo de defender a educação e apontar caminhos de um futuro próspero e de oportunidades.
No decorrer da história, por muitas vezes a União Nacional dos Estudantes (UNE) se apresentou para a luta nos momentos em que o Brasil mais precisou. Mais uma vez, vivemos momentos turbulentos na nossa nação. É preciso retomar as esperanças e acreditar no potencial dos movimentos sociais para construir uma alternativa mais justa, igualitária e fraterna de sociedade, em que cada família, cada trabalhador, meninos e meninas, de norte a sul do País, alcancem mais do que esse governo planeja para nós.
Desde o começo deste século, nossas universidades, com apoio do movimento estudantil, estiveram com as portas abertas ao povo, desde as públicas até as particulares, construindo um sistema educacional que transbordasse conhecimento para todos – e não só para uma elite intelectual. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), responsável pela formulação do sistema público de saúde, tem 50% de suas vagas preenchidas por cotas sociais
Porém, a Unifesp corre risco de fechar vagas e laboratórios de pesquisa já no próximo semestre, caso o governo não reveja a política de contingenciamento. Essa afronta ao livre pensar promovida pelo Governo Federal, por viés ideológico, é um ataque direto às universidades populares e cada um dos seus estudantes. Grande erro!
O cenário mudou e o movimento estudantil também! A disputa da opinião pública nas ruas vem ampliando nossas forças e tem se demonstrado um caminho frutífero. Precisamos explorá-lo ainda mais. O 57º Congresso da UNE, de 10 a 14 de julho, será o próximo ato de luta e resistência. Estudantes do país inteiro irão a Brasília em defesa da educação.
Fica aqui a todos os estudantes um chamado à resistência, rumo ao congresso da UNE!
* Caio Yuji de Souza é presidente do Centro dos Estudantes de Santos e Região