Bolsonaro não quer punição para ruralistas que atirarem em “sem terra”
Cercado de fazendeiros presentes na abertura da 26ª edição da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow) o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira (29), em Ribeirão Preto, que enviará ao Congresso Nacional um projeto que livraria de punição os ruralistas que atirarem em trabalhadores rurais sem terra que, supostamente, tenham “invadidido” fazendas.
Publicado 29/04/2019 19:35
Segundo Bolsonaro, seria instituído o "excludente de ilicitude" para os fazendeiros que estejam protegendo a propriedades rurais “ameaçadas de invasão”. Para tanto, o presidente promete liberar a posse de armas nas propriedades rurais para seus proprietários e contratados. Bolsonaro afirmou que o presidente da Câmara Rodrigo Maia teria prometido pautar o tema. "Estive com ele (Maia) e a questão do agronegócio entrou na pauta. Ele vai pautar um projeto pra que a posse de arma do produtor rural possa ser usada em todo o perímetro da sua propriedade", disse Bolsonaro, segundo o jornal O Globo.
Para justificar o projeto que pretende enviar ao parlamento, Bolsonaro afirmou: "Tem um outro (projeto) que vai dar o que falar, mas que é uma maneira de ajudar a combater a violência no campo. Ao defender a sua propriedade privada ou a sua vida, o cidadão de bem poderá entrar no excludente de ilicitude. Ou seja, ele responde, mas não tem punição. É a forma que nos temos que proceder. Para que o outro lado que desrespeita a lei tema o cidadão de bem".
Ao defender a impunidade dos fazendeiros que atirarem contra trabalhadores, Bolsonaro faz um afago a um segmento que o apoiou na campanha eleitoral, que indicou a Ministra da Agricultura e, ao mesmo, criminaliza os movimentos sociais e os trabalhadores que lutam pela realização da reforma agrária.