Bolsonaro emprega mãe de miliciano que age no local de desastre no Rio
O ex-policial militar Adriano Nóbrega, miliciano que atua no bairro Muzema, no Rio de Janeiro, onde ocorreu desabamento de dois prédios, empregou a mãe e a filha no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) quando exercia mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Publicado 13/04/2019 11:30
Adriano Nóbrega é acusado de chefiar a milícia responsável pela segurança e construções dos prédios irregulares na região.
Foragido há quase três meses, ele trabalhou num Batalhão da PM, no Rio, com Fabrício Queiroz, e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, acusado de movimentação irregular de recursos dos funcionários do gabinete do filho do presidente.
Queiroz, investigado por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio, assumiu ser o responsável pela indicação dos parentes de Adriano para o gabinete de Flávio.
Segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro, o grupo paramilitar dificulta a atuação de fiscais do município na região.
Denúncia do Ministério Público afirma que Adriano, junto com o tenente reformado Maurício da Costa, tinha liderança na exploração dos negócios imobiliários da quadrilha em Rio das Pedras, Muzema, e áreas adjacentes.
Em telefonema gravado com autorização da Justiça, Manoel Batista, espécie de administrador da milícia, aponta a ascendência de Adriano no setor.
"Eu tenho oito apartamentos naquele prédio. O resto é tudo do Adriano e do Maurício, entendeu", afirmou Manoel a um interlocutor.