Assalariadas e assalariados rurais de Pernambuco realizam congresso

Trabalhadoras e trabalhadores rurais assalariados de Pernambuco realizarão, nos dias 23 e 24 de março seu primeiro congresso estadual. O evento debaterá a nova conjuntura nacional, marcada pela posse e os primeiros meses do governo direitista de Jair Bolsonaro, e as estratégias de enfrentamento ao conjunto de medidas impostas pelo governo federal de desmonte de direitos, como a reforma da previdência e ofensiva contra os sindicatos. Também será eleita a nova diretoria da Fetaepe.

Congresso Fetaepe

Informalidade, baixos salários, precarização das condições de trabalho, descumprimento dos acordos firmados nas Convenções Coletivas de Trabalho (CCT). Esses são alguns dos problemas enfrentados pelas/os trabalhadoras/es assalariadas/os rurais em todo o país. É para discutir as conquistas e os retrocessos da categoria que as/os trabalhadoras/es rurais de Pernambuco estarão reunidas/os nos dias 23 e 24 de março, em Carpina, para o 1º Congresso Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de PE (CETTAR-PE), promovido pela Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Pernambuco (FETAEPE) . Pernambuco foi o primeiro estado que promoveu uma greve da categoria durante o governo Bolsonaro (PSL) e também será o primeiro a realizar esse encontro.

Na contramão do cenário precário de trabalho e baixas remunerações, a produção agrícola somou R$ 319,6 bilhões somente no ano de 2017, segundo dados do IBGE. Ou seja, esta riqueza não se converteu na diminuição dos graves problemas por que passam os assalariados rurais e a população do campo. Em Pernambuco, estado que está à frente em processos de negociação de direitos da categoria, a diária de um cortador de cana é de R$ 33,87 para o corte de três toneladas e uma cesta básica mensal de R$ 50,00.

No Vale do São Francisco, conhecido mundialmente pelo cultivo para exportação de hortifruticultura irrigada no sertão, um dos graves problemas é o uso de agrotóxicos para o cultivo dos alimentos. Ao ponto, de nas CCTs ser aprovada uma cláusula que proíbe o trabalho após a ocorrência de chuvas, para evitar maior contaminação das trabalhadoras. No entanto, a informalidade ainda é a principal dificuldade enfrentada pelas/es trabalhadoras/es rurais, especialmente após a Reforma Trabalhista. O IBGE aponta que apenas aproximadamente 11% das/os trabalhadoras/es estão formalizados e com os direitos trabalhistas e previdenciários garantidos.

“Conquistas históricas do movimento como pagamento de salário e aposentadoria estão sendo desprezadas. Esse governo quer trazer de volta o trabalho escravo para nosso povo e nós, dos Sindicatos e Federações, não vamos permitir. Os sindicatos nasceram para lutar por dignidade no mundo do trabalho, num momento também difícil que foi a ditadura. E não vai ser esse governo das fakes news, comprometido com os ricos, quem vai acabar conosco”, afirma o Presidente FETAEPE, Gilvan José Antunis.

Além de discutir o cenário nacional, as repercussões no estado e escolher a nova diretoria o CETTAR-PE discutirá estratégias de enfrentamento ao conjunto de medidas impostas pelo governo federal de desmonte de direitos, como as Medidas Provisórias 871 e 873 e a PEC 06/2019.

Serviço:

1º Congresso Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de PE (CETTAR-PE)
23 e 24 de março/2019
Centro Social Euclides Nascimento, (Av. José Otávio, 940 – Caja, Carpina)