A FRENTE DO POVO!

Durante a plenária dos sindicalistas do PCdoB e do PPL no DF nesta semana, foi lido um cordel que exemplifica muito da luta que os trabalhadores terão que travar nestes tempos. O Vermelho-DF publica aqui o cordel de Waldir Ferreira, presidente do Sintracoop/DF, Secretário-Geral da CGTB/DF, Membro da Executiva Nacional da CGTB.

PCdoB-PPL

Vivemos momento grave

Atentai, trabalhadores!

Por favor, peço a atenção

Das senhoras, dos senhores

Pense no país primeiro

Brasileira, brasileiro

De todas as nossas cores!

Não se trata de partido

De cor, de ideologia

Nem de credo, nem de gênero

Ou de metodologia

A questão aqui é essa

Pois parece que começa

O fim da democracia.

E isso vai nos exigir

Um grande desprendimento

Pra lutar por nosso povo

Promovendo o isolamento

Do atraso e com verdade

Defender a liberdade

Nesse grande enfrentamento.

Nossa Pátria nos exige

No povo pensar primeiro

Sem vaidade, ir a campo

Com destemor de guerreiro

Construir a Ampla Frente

E mostrar pro Presidente

Somos povo brasileiro!

Movimento sindical,

De mulheres e os partidos

De negros e de estudantes

Os sem-teto, desvalidos

Unificar os sem-terra

E juntos partir pra guerra

Na tropa dos oprimidos.

Foi eleito um presidente

Falando em patriotismo

Atacando tudo e todos

Sem uso de eufemismo

Não debateu o país

Muito fala, nada diz

É esse o bolsonarismo.

O infame fez campanha

Se dizendo a salvação

Inventor da honestidade

O Messias, Capitão

Todo certo e impoluto

O discurso era fajuto

Exala só a corrupção.

E se diz um patriota

Só pode ser brincadeira

Faz continência pra gringo

Mais parece uma “rameira”

Que até finge ter firmeza

Mas vende nossa riqueza

Enrolado na bandeira.

Como se diz no Nordeste

Vou usar aqui o mote

Desse povo sertanejo

Que antes de tudo é forte

Lutador, honesto e caro

No crânio de Bolsonaro

Tem é miolo de pote.

Tudo que ele apresenta

Causa dano ao nosso povo

Faz política há 30 anos

E vem dizer que é o novo

Mais velho que andar pra frente

Elegeram um presidente

De ianque baba-ovo.

Atacando as minorias

Em favor do preconceito

Faz cortina de fumaça

Para ver se tem efeito

Seu ideal privatista

Anti-pátria e entreguista

O fim de nossos direitos.

Usa-se rosa ou azul?

De que cor é a cadeira?

A mulher fala por libras?

Vão mudar nossa bandeira?

É tudo boi de piranha

Diversionismo nos ganha

Iludidos por besteira.

Ocorre que enquanto isso

Quem nos governa de fato

Prepara suas reformas

Com todo seu aparato

Para sangrar nosso povo

E nós estamos de novo

Caindo mesmo que pato.

O massacre teve início

Com a política indigenista

Absurdamente entregue

Para a sanha ruralista

Raposa no galinheiro

É a lógica do dinheiro

A prioridade à vista.

O fim do MTE

Um ente fundamental

Combater trabalho escravo

E de forma especial

Ampara os trabalhadores

Pois na luta com os senhores

Tem mais força o capital.

Ministério da Cultura

Tudo que fala igualdade

Emancipação do povo

E luta por liberdade

Bolsonaro extinguiu

Quer dividir o Brasil

Por burrice ou por maldade?

Quer dar arma e não livro

Ódio e não educação

Criminaliza professores

Quer a privatização

Das escolas, da saúde

Cada nova atitude

É uma exasperação.

Até o salário mínimo

Menor que o do Paraguai

Rebaixou em 8 contos

Inda anunciou que vai

Impedir ele aumentar

Valorização cessar

O pobre vai dizer ai!

Um crime de lesa-pátria

É a venda da Embraer

Tecnologia de ponta

Entregue como qualquer

Produto de fim de feira

É um filho de chocadeira

Chame tu como quiser.

Mas a marca de Silvério

De Laval, de Calabar

Fica estampada na testa

Quando o biltre revelar

A grande submissão

É sua genuflexão

Pr’ outra pátria se prostrar.

Pois nem isso mais lhe falta

A ninguém mais ele engana

Lambe-botas do império

Sacripanta, é um banana

Disse que vai estudar

Cá uma base militar

De bandeira americana.

Não perde por esperar

Reação de nossa gente

Nossa história é de batalhas

Povo de luta, valente

Que nunca fugiu da guerra

Precisar de novo “enterra”

Um traidor presidente.

Em nosso peito tem Pátria

E essa luta, seguiremos

Pois nós somos a verdade

E a mentira não tememos

Vamos lá, trabalhadores

Povo de todas as cores

Pátria Livre! Venceremos!

*É Presidente do Sintracoop/DF, Secretário-Geral da CGTB/DF, Membro da Executiva Nacional da CGTB.