Publicado 19/01/2019 13:13
Após 12 anos da instituição da Lei Federal 11.635/2007 que celebra o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, de autoria do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB), cresce o número de casos de intolerância religiosa na Bahia. No último dia 12, o Terreiro Ilê Axé Ojisé Olodumare, conhecido como Casa do Mensageiro, em Barra do Pojuca, Camaçari, foi invadido por homens armados que espalharam pânico levando pertences e celulares dos visitantes e fiéis da casa durante a ação.
Segundo dados da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia (Sepromi), em 2018 foram registrados 141 casos, 84 de racismo e 47 de intolerância. O Ministério Público do Estado registrou, através do aplicativo 'Mapa do Racismo', 43 denúncias de casos de racismo, injúria racial e intolerância religiosa. O Disque 100, canal de serviço do Ministério dos Direitos Humanos que atende situações de violações, cadastrou 210 denúncias de desrespeito às religiões e crenças no primeiro semestre do ano de 2018.
"O 21 de janeiro tem uma importância singular para assegurar o direito à livre manifestação religiosa. Pois, embora garantido pela constituição, a liberdade de crença religiosa ainda é um desafio para milhões de brasileiros, a exemplo de indígenas, quilombolas e praticantes de religiões afro-brasileiras. Não podemos permitir o desrespeito ao espaço sagrado, precisamos abrir espaço para todas as religiões e denominações religiosas", disse Daniel.
A Lei Federal 11.635/07, que cria o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, comemorado no dia 21 de janeiro, surgiu como uma homenagem à Iyalorixá Gildásia dos Santos – a Mãe Gilda. A religiosa morreu em 21 de janeiro de 2000 vítima de complicações de um infarto após ter sua foto publicada na matéria "Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes", do jornal Folha Universal. Por conta da reportagem, a casa onde ela residia foi invadida, seu esposo foi ofendido e agredido e o Terreiro depredado.
Assista ao vídeo com Daniel Almeida: