Luciana Santos fala sobre reunião de governadores com Bolsonaro
A vice-governadora eleita de Pernambuco afirmou que o Estado tem condições de lutar pelos interesses de Pernambuco. "A partir do início do próximo mandato, os governadores estarão à disposição para conversar diretamente com o presidente eleito", disse. Para ela, as relacões como futuro governo federal serão institucionais.
Publicado 15/11/2018 18:40
Em entrevista à Rádio Jornal, de Recife, a vice-governadora eleita de Pernambuco e presidente Nacional do PCdoB, Luciana Santos, afirmou que o Governo de Pernambuco não pretende ser liderado por governadores do Sudeste do Estado. Na quarta-feira (14), os governadores eleitos do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de São Paulo, João Dória (PSDB), e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) convocaram uma reunião no Centro Internacional de Convenções de Brasília (CICB), que fica próximo do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), local de trabalho da equipe de transição de governo. A esquipe de transição, governadores de todo o País e o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) também foram convidados. Os governadores do Nordeste preferiram não ir à reunião e mandaram apenas um representante, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
Para a vice-governadora eleita, a reunião não tem caráter institucional, mas sim político e estratégico e beneficia, em especial, os governadores eleitos que convocaram a reunião. "Não se trata de uma reunião administrativa e institucional. Ela não foi convocada pelo presidente eleito. A reunião foi convocada por três governadores eleitos. Tanto a equipe de transição quanto o presidente eleito foram convidados. É uma articulação de carácter político", afirma. Ela afirma ainda que a decisão de mandar um representante foi coletiva. "Os governadores tiveram o entendimento que era melhor enviar um representante. A partir do início do próximo mandato, os governadores estarão à disposição para conversar diretamente com o presidente eleito", diz.
Sem porta-voz
Para Luciana Santos, que também é deputada federal, os interesses de pernambuco serão tratados pelo governador de pernambuco com a equipe de transição, sem a necessidade de um "porta-voz". “Não serão três governadores do Sudeste que vão intermediar as negociações dos governadores com o presidente”, afirmou. “Essa reunião não foi convocada pela equipe de transição. Eu não posso aceitar como porta-voz o governador de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro”, disse. "O que você tem que estabelecer são relações políticas diretas, institucionais. A base política que Paulo Câmara representa tem possibilidades de lutar pelos interesses de Pernambuco”, completou.
Para ela, isso é uma luta política e você não pode entrar numa situação em que três governadores se colocam como lideranças acima dos demais. Mesmo assim, foi decidido que um representante da Região estaria presente na reunião. “Os governadores pactuaram e acharam prudente que tivesse alguém que fizesse a escuta para que depois os governadores do Nordeste possam observar suas necessidades e articulações políticas diretamente com a equipe de transição”, afirmou.
Oposição sem PT
Sobre a possibilidade de formar um bloco de oposição sem o PT, Luciana lembrou que, no início do Governo Lula, o PCdoB formou um bloquinho de oposição junto com o PSB e o PDT. Para ela, os partidos precisam se unir em situações de consonância e saber fazer a oposição inteligente. “Tudo aquilo que for importante pro País, nós não vamos nos negar a defender. O que não for, nós vamos nos contrapor”, disse, numa afirmação que casa tanto com a oposição ao Governo Bolsonaro quanto à formação de uma oposição com e sem o PT. Ela ainda afirmou que não se pode pensar a esquerda sem a participação do Partido dos Trabalhadores e que se reuniu com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann para tratar de definições dos partidos para a próxima legislatura.