Bolsonaro anuncia extinção do Ministério do Trabalho
A continuação do desmonte dos direitos trabalhistas foi reafirmada por Jair Bolsonaro (PSL) nesta quarta-feira (7) ao anunciar que o Ministério do Trabalho, pasta criada há 88 anos, será extinta e incorporado "a algum ministério", sem informal qual, pois para ele pouco importa.
Publicado 07/11/2018 16:02
"O Ministério do Trabalho vai ser incorporado a algum ministério", disse Bolsonaro após almoçar com os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) do qual também participou o juiz Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública.
Diante das especulações em torno da extinção da pasta, as centrais sindicais criticaram a proposta. O ministro extraordinário da transição de governo e futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, respondeu em tom de retaliação.
"Se dependesse das centrais sindicais brasileiras, o deputado Bolsonaro não era presidente", disse evidenciando como os trabalhadores serão tratados pelo governo.
De acordo com fontes do governo, a pasta deve ser incorporada como a alguma área de um órgão ligado à Presidência da República.
Entre as alternativas em discussão está fatiar as diferentes áreas, transferindo, por exemplo, a gestão da concessão de benefícios para órgãos ligados ao campo social e a gestão da política de trabalho e renda para o novo Ministério da Economia ou para um órgão dedicado às questões de produtividade.
Por meio de nota, o Ministério do Trabalho destacou o papel da pasta no desenvolvimento e geração de emprego. "O futuro do trabalho e suas múltiplas e complexas relações precisam de um ambiente institucional adequado para a sua compatibilização produtiva", diz o texto da nota.
Na mesma entrevista, Bolsonaro disse que o general Augusto Heleno assumirá o posto de ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em seu governo. Ele havia sido anunciado como ministro da Defesa, que deverá ser ocupado por um oficial-general de quatro estrelas.