Publicado 25/10/2018 17:41
Bolsonaro é a continuidade do governo Temer, principalmente em relação à sua política econômica. Com apoio de sete ministros do golpista, o candidato do PSL vai manter as desastrosas políticas do atual governo para os combustíveis. Vale lembrar que a política de combustíveis de Temer levou os preços na bomba a baterem recordes alcançando até R$ 6,290 o litro, segundo dados da ANP.
O capitão incorporou ao seu plano de governo as medidas que o ilegítimo aplicou para conter a greve dos caminhoneiros, ainda que não tenham surtido o efeito esperado, segundo a Folha de S. Paulo.
Com Bolsonaro, a Petrobras seguirá livre para seguir os preços praticados no mercado internacional. A equipe econômica do candidato diz que recorrerá a mecanismo de hedge para ameninar a volatilidade. Na prática, a estatal não terá controle dos preços dos combustíveis, nem a competitividade desejada pelo chamado mercado, segundo pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas.
Bolsonaro quer ainda negociar com os estados mudanças nas alíquotas do ICMS param reduzir os preços dos combustíveis nas bombas. A medida foi negociada por Temer durante a greve dos caminhoneiros em maio, que contribuiu diretamente para reduzir a taxa de crescimento da economia.
Sem efeito para o consumidor
O governo golpista reduziu ainda as alíquotas de PIS e Confis e zerou a Cide, que incidem sobre o diesel, para tentar amenizar a inconstância dos preços internacionais. A meta era que o desconto de tributos afetasse os preços nas bombas, o que definitivamente não ocorreu, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Os tributos foram reduzidos, porém o consumidor brasileiro continuou sem ver o preço cair. Dados do Ministério da Fazenda revelaram que com os dez dias da greve houve uma perda de R$ 15 bilhões na economia.
Bolsonaro disse que não aumentaria impostos, mas sua equipe econômica estuda a criação de um ‘imposto flexível’, o que em outras palavras pode significar mais encargos tributários ao longo prazo para os consumidores.
A dúvida que fica é: quem será o responsável por decidir a política escolhida, Bolsonaro ou seu ‘guru’ econômico? O descompasso político e econômico da campanha Bolsonaro já é uma marca registrada nessas Eleições 2018.
Política de desmonte da Petrobras
O analista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e assessor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) Cloviomar Caranine disse que a atual política de preços de Temer, que será continuada por Bolsonaro, tem como objetivo o desmonte da estatal.
Segundo o especialista, ao equiparar o preço doméstico ao internacional e viabilizar a importação, o governo busca atrair as petrolíferas estrangeiras para a aquisição das refinarias da estatal, que só operariam no Brasil ante a garantia de preços mais altos.