Vencer o fascismo, defender a democracia e a paz

O candidato Jair Bolsonaro (PSL) declara o banimento de movimentos sociais e forças de esquerda

Por Socorro Gomes *



Manifestação contra Bolsonaro - Mídia Ninja

O ódio aos pobres e suas organizações se avoluma na garganta do capitão do mato candidato a presidente, o obscuro deputado que por quase trinta anos carregou consigo a marca da agressividade e do preconceito, atributos hoje indispensáveis ao imperialismo, à alta burguesia, à extrema-direita e seus agregados da grande mídia, de parte do Judiciário e de setores da classe média, quem num espetáculo aviltante deliraram de contentamento ao escutar ameaças proferidas em linguagem chula e debochada.

Toda a campanha de Bolsonaro foi alimentada por calúnias e difamações, mentiras veiculada com ilegais recursos milionários, enquanto se esconde e foge de debates, pois não tem o que dizer sobre planos de governo. Bolsonaro se apresenta por trás do biombo das chamadas redes sociais, orientado por outro racista e direitista estadunidense, um ex- assessor do chefe da Casa Branca, Donald Trump e membros de sua assessoria de comunicação. Este mesmo presidente que entre uma tuitada e outra emite ordens para separar crianças latino-americanas dos seus pais e as trancafia em jaulas, pelo “crime” de entrarem sem autorização nos Estados Unidos, parece que se tornou um grande ídolo de Bolsonaro, condição que compartilha com o torturador Brilhante Ustra.

O candidato neofascista, que já proclamou estar com a “mão na faixa”, a uma semana da votação do segundo turno aumenta o tom: declara guerra contra a democracia. Diz que vai aniquilar os “marginais vermelhos”, prendê-los ou bani-los da pátria. Citou o MST e o MTST como entidades que serão perseguidas por “terrorismo” e anunciou a próxima prisão do senador Lindbergh Farias e do candidato Fernando Haddad.

Através do filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, fi enviado recado ao Judiciário: basta um soldado e um cabo para fechar o STF. A besta do fascismo se soltou de vez!

Vivemos sob ditadura durante mais de duas décadas, anos de chumbo dos quais até hoje sofremos graves consequências. A democracia no Brasil é ainda frágil, com instituições funcionando como verdadeiras castas, como o próprio Judiciário. Até veículos de comunicação conhecidos por sua perseguição a Lula agora estão na mira do capitão do mato.

O Brasil precisa impedir que se concretize a ameaça fascista. Para isso, é impostergável a união nacional contra o discurso do ódio e da intolerância disseminados entre confissões religiosas e até entre países e povos vizinhos. Não há outro caminho que a eleição de Fernando Haddad para impedir o crescimento da erva daninha do neofascismo e do discurso da guerra.

Não tomemos como rompantes as declarações do capitão. Falou o que pensa. Não se enganem os que acham que depois das eleições tudo volta ao normal, haja vista todas as demonstrações que o candidato tem dado, quem o acompanha na chapa como candidato a vice e os já indicados ministros.

O Brasil precisa fortalecer a democracia e a cultura da paz, do respeito e da tolerância. A campanha eleitoral não pode ser uma usina de ódio e perseguição aos oprimidos.

Necessitamos de mais democracia, mais educação, mais justiça social.

A campanha do ódio dilacera a frágil democracia e nos lança ao abismo.

O Brasil só tem a ganhar se os brasileiros tiverem um livro em uma mão e a carteira de trabalho na outra, como propõe Haddad.

Lutemos pela paz, a democracia, contra o fascismo. Nestes últimos dias da campanha eleitoral, vamos às ruas conquistar os votos que faltam para impedir uma tragédia nacional e fazer com que o Brasil volte a percorrer os caminhos do progresso e do Estado de direito.