Publicado 17/10/2018 20:17
O campo democrático e popular tem que repelir o clima derrotista que a mídia tenta impor à militância e aos simpatizantes da chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila, como base nas pesquisa de intenção de voto. Quer, com isso, passar a mensagem de que restaria ao campo progressista somente esperar por um acontecimento fortuito, de grande peso, algo que abalroasse a campanha de Bolsonaro. Por esse raciocínio, só um raio – ou coisa que o valha –, que acertasse em cheio a candidatura da extrema-direita, poderia tirar-lhe a vitória. Esse consórcio mídia-Bolsonaro visivelmente proclama sua vitória antes da hora, com o nítido objetivo de paralisar a militância e os apoiadores da chapa democrática e progressista.
Como disse Manuela d’Ávila, das milhares de notícias falsas, chamadas de fake news, a pior delas talvez seja essa de que as eleições já estão resolvidas. “A máquina que está a serviço de Bolsonaro quer que fiquemos no sofá de casa, lamentando, aceitando a pauta deles ou fazendo avaliações sobre como poderia ser diferente”, disse ela em sua página no Facebook, realçando que numa eleição como essa os dias que faltam para 28 de outubro são uma eternidade. “A vantagem do adversário é, como diz a canção de Geraldo Azevedo, uma pedra de gelo ao sol. Sejamos sol! Vamos à luta! Vamos às ruas! Vamos virar!”, conclama.
Manuela d’Ávila também disse que a virada é possível, uma vez que a vantagem de Bolsonaro “se baseia em mentiras espalhadas por uma máquina milionária”. “Mas o dinheiro não vai resistir à força de todos nós juntos, espalhando a verdade”, completou. E emendou: “Em 2014, nesse mesmo momento da campanha, Aécio vencia por 52,4% x 41,2% e viramos. Com teu empenho, fazendo campanha na rua, falando com os amigos, vamos vencer as eleições!”.
Esse é o espírito, capaz inclusive de suplantar certas tendências, no âmbito progressista, que emergem como conduta política inadequada, como certas análises e teses apressadas e pessimistas. O indispensável, agora, são iniciativas que mobilizem todos os segmentos da campanha, cada qual com seu repertório e especificidade, com atividades que se traduzam em votos. Uma ofensiva que se contraponha à estratégia bolsonarista, em larga escala – sobretudo nas redes sociais –, de tentar semear desânimo entre os apoiadores da chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila.
Impõe-se a importância de demonstrar que a direita desconhece a fibra e a combatividade da esquerda e das demais forças democráticas. A campanha bolsonarista tenta minimizar a tomada de consciência crescente do povo, em consonância com os esclarecimentos sobre o que de fato representam as propostas antidemocráticas contra o Brasil e os interesses das brasileiras e dos brasileiros.
É tarefa da militância democrática e progressista intensificar esse método de campanha, apontando claramente as desgraças que adviriam de um governo ditatorial, com a missão de assegurar os fabulosos ganhos dos rentistas e dos grandes grupos econômicos e a entrega do patrimônio nacional, a começar da Petrobras, ao capital estrangeiro.
O povo vai percebendo que as propostas de Bolsonaro implicam em sacrifícios de direitos sagrados, conquistados com a Constituição e a legislação social e trabalhista, um cenário que se afigura ainda mais assustador quando se associa essa plataforma programática da extrema-direita aos anunciados métodos fascistas dessa candidato presidencial. A perda das liberdades democráticas e dos direitos civis, anunciada às claras por Bolsonaro, significa que o país e o povo seriam ainda mais apunhalados pelas costas do que vem fazendo o governo do usurpador Michel Temer.
O próximo dia 20 será uma importante alavanca dessa virada de que fala Manuela d’Ávila. Na maior quantidade possível de cidades, a campanha tem o dever de mobilizar o povo, nas diferentes áreas de atuação, para atos e manifestações em defesa da democracia e contra o arbítrio e a violência. A postura de Manuela d’Ávila, erguendo o estandarte dessa importante jornada rumo à virada no dia 28, é um exemplo a ser seguido. Ela vem realizado mobilizações em várias cidades do seu estado natal, Rio Grande do Sul, um experiência que deve se repetir em todo o país.
Ante os crimes da campanha de Bolsonaro, que se especializou em espalhar fake news em grande escala, cumpre à militância democrática e progressista dar uma resposta à altura, redobrando as atividades, sobretudo de comunicação, buscando formas criativas de amarrar votos suficientes para a vitória do povo nas urnas do dia 28. Desde já, é necessário envidar todos os esforços pelo êxito das manifestações do dia 20, desmascarando as manipulações da mídia e as mentiras da campanha de Bolsonaro.