Irã responde acusações de Trump e defende diálogo na Assebléia da ONU
Em seu discurso desta quarta-feira (26) na Assembléia Geral da ONU, Hassan Rouhani, presidente do Irã, disse não querer guerras e criticou as políticas hostis dos EUA, que incluem sanções e ameaças
Publicado 26/09/2018 16:44
Donald Trump descreveu em seu discurso na Assembléia na terça (25) o país persa como uma "ditadura corrupta", que "não respeita os vizinhos, as fronteiras" ou os "direitos soberanos das Nações" e que "querem apenas enriquecer-se e espalhar o terror pela região". Essas declarações foram uma tentativa de convencer outros líderes a atender ao seu pedido final: isolar economicamente o Irã, deixando de comprar o seu petróleo.
Hassan Rouhani afirmou nesta quarta-feira (26) que a abordagem dos EUA está fadada ao fracasso. Desde que os norte-americanos abandonaram o acordo nuclear multilateral com o Irã, em maio deste ano, a Europa se colocou ao lado do país persa e vêm tentando insistentemente preservar o pacto.
"Nossa proposta é clara: compromisso por compromisso, violação por violação, ameaça por ameaça e passo a passo, em vez de conversa por conversa… O que o Irã diz é claro: sem guerra, sem sanções, sem ameaças, sem bullying; apenas aja de acordo com a lei e o cumprimento das obrigações", disse Rouhani em discurso na 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que começou hoje, em Nova York, segundo informações da Sputnik.
Para Rouhani, nenhuma nação pode ser levada à mesa de negociações pela imposição da força. De qualquer maneira, para ele, não há melhor maneira de se resolver problemas do que através do diálogo.
"Para que o diálogo ocorra, não há necessidade de uma oportunidade fotográfica. O diálogo pode ser retomado nesta mesma Assembleia Geral da ONU, do mesmo ponto e pela mesma parte que deixou o acordo. O começo de um diálogo começa com o fim das ameaças e sanções injustas que negam os princípios da ética e do direito internacional", concluiu o líder iraniano.