Sindjorce: Curso debaterá “Valores Civilizatórios Afrobrasileiros”
O 5o encontro do Curso Abdias Nascimento – Comunicação e Igualdade Racial está chegando. Nesta terça-feira (18), às 18h, o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) convida os participantes da formação a um mergulho nas africanidades brasileiras e cearenses, através da discussão “Valores Civilizatórios Afrobrasileiros”, conceito elaborado por Azoilda Loretto da Trindade, que foi uma das maiores ativistas da luta contra o racismo, com atuação voltada à educação das relações raciais.
Publicado 18/09/2018 09:13 | Editado 04/03/2020 16:22
A aula, que também pode ser considerada uma homenagem, acontece no mês da partida da pesquisadora, que era doutora em Comunicação e Cultura e Mestre em Educação. Azoilda nos deixou em 13 de setembro de 2015.
Esta aula será conduzida pelas professoras Sandra Petit, doutora em Ciências da Educação pela Universidade Paris VIII, e Silvia Maria Vieira, doutora em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Em forma de vivência, as professoras se dividirão na apresentação da discussão da nossa afrobrasilidade, mostrando como os africanos e as africanas trazidos ou vindos para o Brasil e seus e suas descendentes brasileiras implantaram, marcaram, instituíram valores civilizatórios neste país de dimensões continentais, que é o Brasil. Chamados também de afrossaberes, estes estão inscritos na nossa memória, no nosso modo de ser, na nossa música, na nossa literatura, na nossa ciência, arquitetura, gastronomia, religião, na nossa pele, no nosso coração. “O objetivo é destacar que, na perspectiva civilizatória, somos, de certa forma ou de certas formas, afrodescendentes. E, em especial, somos o segundo país do mundo em população negra”, dizia Azoilda Loreto da Trindade.
A coordenação lembra aos participantes do curso de um objeto que remeteta à ancestralidade ou à africanidade de cada um. O item será usado durante esta etapa da formação. Também foi pedido aos participantes do curso, por e-mail, que relacionem o que entendem os saberes afrobrasileiros que construíram ao longo da vida.
Currículo das professoras
Sandra Haydée Petit
De origem caribenha, é mãe de Kanyin (quem traz a benção). Seus estudos universitários foram na Universidade Paris VIII de onde possui graduação em Línguas Estrangeiras Aplicadas bem como Mestrado e Doutorado (1995) em Ciências da Educação. Há 15 anos é professora da Universidade Federal do Ceará. Tem experiência na área de Educação, com ênfase na Educação Popular e nas relações etnicorraciais, hoje dedicada essencialmente aos temas: pretagogia, cosmovisão africana, filosofia africana, pedagogias afrorreferenciadas, tradição oral africana, relações comunitárias, sociopoética. É coordenadora do NACE- Núcleo das Africanidades Cearenses, que congrega professores/as, alunos/as, pesquisadores/as e membros do movimento negro que intervêm na área das africanidades, notadamente no apoio à implementação da lei 10.639/03 que institui a obrigatoriedade do ensino da cultura e história africana e afrodescendente nas escolas públicas e particulares. Foi membro do GT Regional Nordeste 1 de Inovação Pedagógica do MEC. Pretende realizar pós-doutorado sobre as diversas formas de relações comunitárias fomentadas pela ancestralidade africana mediante tradições orais como contações, danças coletivas. festas, sociabilidades femininas. E ainda: gosta de dançar, correr (treinar), cozinhar, viajar, contemplar a lua e o sol, tomar banho de água doce (Oxum), conversar com Iemanjá, andar no mato e namorar.
Silvia Maria Vieira dos Santos
Historiadora e mulher negra. Professora de História do ensino médio na Rede Pública Estadual (Ce) e da Faculdade Latino Americana de Educação – Flated. Formada pela Universidade Estadual do Ceará (2001). É Especialista em Juventude. Realizou uma pesquisa acerca dos/as jovens negros/as e a relação do seu corpo com as africanidades. É, também, Especialista em Metodologias do Ensino de História, produzindo como trabalho monográfico uma pesquisa sociopoética com professores sobre as Africanidades. Mestre em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (2011], realizou uma pesquisa sociopoética com jovens negros/as do movimento negro, da escola e do candomblé que teve como objetivo descobrir que conceitos eram produzidos por esse grupo sobre as africanidades a partir das diversas realidades em que estavam inseridos. Doutora pela mesma universidade (UFC – 2015), pesquisou no doutorado como os jovens candomblecistas viviam sua condição juvenil e o que aprendiam neste espaço religioso.Tem experiência na área de História e Educação com ênfase nas Africanidades, Religiosidades, Juventudes
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