Publicado 13/09/2018 15:50
Durante sabatina organizada pelos jornais O Globo, Valor Econômico e pela revista Época, no Rio de Janeiro, o tucano afirmou: "No PSDB, eu fui contra entrar no governo. Totalmente contra".
Mas em março deste ano, Alckmin elogiava a pauta de reformas de Temer. "Agenda que o presidente Temer colocou é a agenda do Brasil", disse ele, que durante a sua pré-candidatura, em maio, manteve encontros com Temer para discutir a aliança para disputar o Palácio do Planalto.
O PSDB foi o principal partido de sustentação do governo Michel Temer. Toda a articulação do golpe contra o mandato de Dilma Rousseff foi feito com a cúpula do PSDB, comandada por Aécio Neves em parceria com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), então presidente da Câmara dos Deputados e aliado fiel de Temer.
Posteriormente, com o golpe consumado, os tucanos integraram a equipe ministerial de Temer e bancaram a agenda de reformas de que retirou direitos sociais e trabalhistas, além de implantar o teto de gastos que congela os investimentos por 20 anos.
Mas o ilegítimo Temer só despencou nas pesquisas sendo o presidente mais impopular a história e se tornando uma pedra para Alckmin carregar. De olho nas eleições, o PSDB fingiu que se retirava do governo, mas manteve seus ministros nos cargos.
Atualmente, um ministro é do PSDB, Aloysio Nunes, das Relações Exteriores. No Congresso, o apoio as pautas do governo também foi mantido, incluindo o engavetamento das denúncias de corrupção e obstrução apresentadas contra Temer no Supremo Tribunal Federal.
"[Aloysio Nunes] Está lá em caráter pessoal. O PSDB não tem nada a ver com esse governo", afirmou Alckmin na sabatina. Desde o início da campanha oficial, o tucano se esforça para descolar a imagem de seu partido da atual gestão do Palácio do Planalto.
Em programa de rádio e TV, chegou a alfinetar o governo gerando uma reação por parte de Temer, que gravou vídeos para ressaltar que o PSDB fez parte do governo.