Incêndio do Museu Nacional é da ordem do absurdo, diz Valter Hugo Mãe
A destruição completa do Museu Nacional neste domingo (2), no Rio de Janeiro, chocou o mundo. O incêndio destruiu a mais antiga instituição científica do Brasil, 20 milhões de itens foram perdidos. Para o escritor português Valter Hugo Mãe, a tragédia é “da ordem do absurdo”.
Publicado 03/09/2018 13:07
“O Museu Nacional do Brasil não pode arder. Só em tempo de guerra, no grotesco que a guerra pode ser, coisas assim acontecem. Fico com a impressão de que o Brasil está em guerra consigo mesmo”, disse Valter Hugo Mãe, considerado um dos mais relevantes escritores de língua portuguesa atualmente.
O museu começou a arder em chamas na noite deste domingo e os bombeiros levaram mais de cinco horas para conter o incêndio. Ainda não se sabe o que causou a tragédia, tampouco, se algum item foi salvo.
O diretor do museu, Alexander Kellner, disse que vai pedir à Polícia Federal para fazer uma perícia no prédio porque se trata de um imóvel federal vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Pode-se afirmar, até o momento, que o descaso do poder público com a instituição levou às condições que causaram o incêndio, uma vez que, este ano, foi repassado pouco mais de 10% do valor necessário para fazer a manutenção do prédio.
Em sua mensagem, Valter Hugo Mãe envia um “abraço solidário a todos que prestigiam o Brasil e sua cultura, e a todas as gerações futuras que se veem impedidas de aceder ao melhor do seu próprio patrimônio”.
Entre os itens perdidos, estava o esqueleto de Luzia, o mais antigo das Américas, que resistiu a 11 mil anos, mas não ao descaso do Estado com a cultura e a ciência. “Estou horrorizado”, finalizou o escritor.