Bolívia e Espanha fecham acordo para construir ferrovia bioceânica
O premiê da Espanha, Pedro Sánchez, se encontrou com o presidente da Bolívia, Evo Morales, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, nesta terça-feira (28) onde foram definidos três pactos de integração entre os dois países.
Publicado 29/08/2018 16:51
O Projeto Ferroviário Biocêanico, as relações bilaterais entre os países e os diálogos sobre segurança e justiça, foram os temas abordados durante a cúpula. O encontro deu sequência à serie de visitas do político espanhol pela América Latina.
Sánchez relacionou o projeto ferroviário de Morales ao desenvolvimento e ao progresso do país latino, dizendo que “a importância dada pelo governo da Espanha é absoluta”.
Em resposta, Evo se dirigiu a possíveis empresários e investidores, reforçando que “qualquer investimento [no projeto] é totalmente garantido”. O compromisso marcou a primeira visita de uma liderança da Espanha à Bolívia em 20 anos.
O acordo de cooperação entre as nações, por sua vez, afirma o termo da 12º Reunião da Comissão Mista Hispano-Boliviana, que prevê ajuda binacional entre as partes. A terceira decisão, relacionada à segurança nacional, terá um memorando de entendimento entre os Ministros da Justiça dos dois países.
Ao final da conversa, Sánchez foi presentado por Morales com o Condor dos Andes, o mais alto nível de condecoração concedido pelo governo da Bolívia. O mandatário espanhol ainda conversará com líderes de Colômbia e Costa Rica. A primeira parada foi em Santiago, onde se encontrou com o presidente Sebastián Piñera.
Integração ferroviária
O projeto do corredor ferroviário bioceânico pretende ligar Bolívia, Peru e Brasil por meio de uma malha de transporte de cerca de 3500 quilômetros. O objetivo da estrutura é unir os portos peruanos do Pacífico às bases portuárias brasileiras do Atlântico, passando pelo território boliviano.
Morales, principal incentivador da ideia, propôs a medida de forma alternativa à iniciativa da China de fazer um trajeto entre os portos passando pela Amazônia. Segundo o presidente do Peru, Martín Vizcarra, o custo do projeto é estimado em US$ 15 bilhões.