Sem quórum, plebiscito anticorrupção fracassa na Colômbia

Neste domingo (26), o parlamento colombiano realizou uma consulta popular para ampliar as medidas de combate à corrupção no país. Porém, a baixa participação popular fez com que o plebiscito não tivesse validade.

Colômbia - Reuters

Para ser validado, o plebiscito precisava de 12,1 milhões de votos, equivalente a 33,3% do eleitorado colombiano, e obteve pouco mais de 11,5 milhões. Com isso, a consulta que buscava endurecer as penas relativas à corrução no país, especialmente a representantes políticos, não foi validada.

Vale destacar, porém, que a imprensa colombiana praticamente ignorou o plebiscito e praticamente não veiculou o fato. Ativistas colombianos denunciam que isso contribuiu para a baixa participação popular.

A consulta foi convocada na legislatura anterior, pela ex-senadora do oposicionista Partido Verde, Claudia Lopez, e aprovado neste ano pelo Senado. Os eleitores foram convocados a se pronunciarem sobre sete medidas, que incluíam desde um teto para os salários de altos funcionários públicos e congressistas até o fim das penas de prisão domiciliar, passando pelo congelamento dos bens dos condenados.

Também foi proposta a limitação do número de mandatos políticos e a obrigação de prestação de contas para os parlamentares, além da proibição de contratos com o Estado para empresas condenadas por corrupção. O "sim" alcançou mais de 99% em todas as sete perguntas.

A corrupção implicou para a Colômbia perdas de pelo menos 4% do Produto Interno Bruto (PIB) entre 1991 e 2001, segundo um estudo recente da Universidade Externado da Colômbia.

No Índice de Percepção da Corrupção, divulgado anualmente pela organização não governamental Transparency International, a Colômbia ocupa a 96ª posição numa lista de 180 países. Cerca de 2.200 pessoas foram acusadas de corrupção pelo Ministério Público colombiano nos últimos 18 meses.