Manifestantes levantam a bandeira da democracia em Brasília
Em marcha desde o dia 10 de agosto, cerca de 5 mil militantes de movimentos populares chegaram nesta terça-feira (14) em Brasília. Formada por três colunas que estão, a Marcha Nacional Lula Livre, tem como principais bandeiras o acesso à terra, mais trabalho e moradia digna. Eixo central da mobilização o registro da candidatura do ex-presidente Lula embala os manifestantes.
Por Iberê Lopes*
Publicado 14/08/2018 13:48
Depois de marcharem por mais de 50 km, os marchantes se encontraram, por volta de 11h na rodoviária do Plano Piloto, em Brasília. Neste ponto da caminhada, as crianças sem-terrinha se uniram ao grupo e lideraram a caminhada.
Está prevista para a tarde de hoje (14) a realização de uma assembleia popular com todos os integrantes do acampamento montado nas proximidades do Estádio Mané Garrincha.
Dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Marco Baratto afirma que o ato é histórico para a organização. “Esse momento é importante porque vai ser a consolidação de um processo de retomada do debate com a sociedade, e a nossa marcha cumpre esse papel”, explicou.
“Cada coluna, então, leva essa simbologia para que, no encontro em Brasília, a gente construa esse processo de forma ampla e popular”, pontua o dirigente. Cada uma delas saiu por volta das 6h30 da manhã do entorno de Brasília, e se encontraram no centro da capital federal por volta das 9h.
Os militantes levantam três bandeiras que representam algumas de suas principais reivindicações. As delegações da região amazônica e do Centro-Oeste na Coluna Tereza de Benguela pautam a soberania popular; os estados nordestinos da Coluna Ligas Camponesas se somam com a faixa Lula Livre; e as regiões Sul e Sudeste, na Colunas Prestes, pontuam o tema Terra, Trabalho e Moradia.
No dia 15, quarta-feira, os marchantes participam de uma grande manifestação em apoio a Lula. Último dia para o registro das candidaturas, a data será marcada pela confirmação do ex-presidente para concorrer nas eleições de outubro deste ano.
Deu no New York Times
Em artigo publicado hoje no The New York Times, Lula afirmou que a maioria dos brasileiros não aprova a agenda elitista, privatista e de retirada de direitos implementada por Michel Temer. Ele enfatizou que sua candidatura representa os anseios da população.
“É por isso que, embora eu possa estar na cadeia hoje, eu estou concorrendo à presidência. E por isso que as pesquisas mostram que se as eleições fossem realizadas hoje, eu venceria. Milhões de brasileiros entendem que minha prisão não tem nada a ver com corrupção, e eles entendem que eu estou onde estou apenas por razões políticas”, escreveu.