Lula: Se a direita quer me derrotar, que o faça nas eleições
Em artigo publicado no jornal norte-americano The New York Times, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que o golpe no Brasil tem causado retrocessos sociais e econômicos e que o programa que implantou, de desenvolvimento e de inserção das classes mais pobres, foi interrompido pelo golpe de 2016 contra o mandato da presidenta eleita Dilma Rousseff e pela sua prisão.
Publicado 14/08/2018 11:27
“Meu encarceramento foi a última fase de um golpe em câmara lenta destinado a marginalizar permanentemente as forças progressistas no Brasil”, diz Lula no texto.
Sob o título “Eu quero democracia, não impunidade”, o ex-presidente reafirma que “há um golpe de direita em andamento no Brasil, mas a justiça prevalecerá”.
“Eu não peço para estar acima da lei, mas um julgamento deve ser justo e imparcial. Essas forças de direita me condenaram, me prenderam, ignoraram a esmagadora evidência de minha inocência e me negaram habeas corpus apenas para tentar me impedir de concorrer à Presidência”, defende.
O artigo é publicado um dia antes da data do registro oficial de sua candidatura à Presidência da República, marcada para esta quarta-feira (15) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No artigo, Lula não poupa críticas à gestão de Michel Temer e ao juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba. Ele diz que o juiz tem sido celebrado pela grande mídia brasileira e se tornou intocável.
“Moro foi protegido pela mídia de direita do Brasil. Ele se tornou intocável. Mas a verdadeira questão não é o Sr. Moro; são aqueles que o elevaram a esse status intocável: elites de direita, neoliberais, que sempre se opuseram à nossa luta por maior justiça e igualdade social no Brasil”, enfatiza.
E conclui: “Eu peço respeito pela democracia. Se eles querem me derrotar de verdade, que o façam nas eleições. Segundo a Constituição brasileira, o poder vem do povo, que elege seus representantes. Então que se deixe o povo brasileiro decidir. Eu tenho fé que a justiça prevalecerá, mas o tempo está correndo contra a democracia”.