Publicado 06/08/2018 18:15
Entre 2015 e 2017, a Petrobras colocou à venda nove campos de águas rasas de produção de petróleo e gás na Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte e Ceará, bem como divulgou a compra por parte da Mitsui de participação da Gaspetro nas distribuidoras estaduais de gás natural.
No fim daquele ano, foi anunciado o encerramento das atividades da usina de biodiesel de Quixadá, no Ceará, além da venda do Terminal de Regaseificação da Bahia de Todos os Santos e duas térmicas baianas para a francesa Total.
Em 2017, foi a vez da Petrobras aprovar a venda da Petroquímica Suape e da Citepe para a mexicana Alpek. Além disso, a estatal brasileira anunciou que faria uma interrupção permanente das fábricas de fertilizantes (na Bahia, no Paraná e em Sergipe) e elaborou um modelo de “parceria” do seu parque de refino e logística do nordeste que, na prática, colocava à venda uma participação elevada das refinarias da Bahia (Landulpho Alves) e de Recife (Abreu e Lima) e os terminais terrestres e marítimos ligados a esses ativos.
É importante destacar que cada uma dessas vendas afeta de alguma forma a região Nordeste e, particularmente, a Bahia. Sem os biocombustíveis, perde-se boa parte do fomento ao desenvolvimento da agricultura familiar. O fim dos fertilizantes torna o parque industrial e agrícola baiano totalmente dependente das importações, ampliando os riscos em termos de custos logísticos.
A saída da estatal dos campos de terra não tem sido substituída com a mesma capacidade pelo setor privado, provocando desemprego e perda de renda para vários municípios do estado. Mais desigualdade e desemprego, menos renda e soberania. Chegou o momento de juntarmos a nossa força e continuarmos a luta de forma ainda mais veemente em busca da defesa da Petrobras.
*Radiovaldo Costa é Diretor licenciado do Sindicato dos Petroleiros da Bahia