Após se juntar aos golpistas, Marta anuncia fim da carreira política
A senadora Marta Suplicy anunciou na sexta-feira (3), que está abandonando a vida político-parlamentar. Além de recusar a vaga de vice na chapa do candidato a presidente Henrique Meirelles, Marta também anunciou que vai se desfiliar do MDB.
Publicado 04/08/2018 12:18
É um fim melancólico na trajetória política de Marta, que apoiou o golpe de 2016, depois de sair do PT. Em uma carta aberta, a senadora diz que "a vida parlamentar está restrita ao corporativismo, ao retrocesso, enquanto a vida da sociedade civil está pulsando".
"Eu posso contribuir muito mais para a política na sociedade civil do que no Parlamento", disse Marta ao jornal Estadão.
Na carta, ela endossa o discurso da antipolítica e diz que os partidos estão "fragilizados, acuados e sem norte político" e "não conseguem mais dar resposta à crise de credibilidade que se abateu sobre eles".
Disse também que o Congresso "se tornou refém de uma agenda atrasada dos costumes da sociedade" e ainda saiu criticando o governo e o "toma lá dá cá" com o Executivo que, segundo ela. "afronta todos os padrões de dignidade e honradez da sociedade". Marta entrou no MDB pelos braços de Michel Temer e Romero Jucá, presidente nacional da sigla e senador por Roraima.
Quanto a Michel Temer, Marta faz uma defesa das reformas do governo e diz que tudo estaria melhor, se não fossem as denúncias. "Era a expectativa de reformas e de recuperação. Ele começou a fazer e isso tem que ser reconhecido, mas as denúncias enfraqueceram muito o governo e ele ficou refém do Congresso". Também faz questão de frisar: "Comigo, ele sempre se portou muito bem", garantiu.
Marta também alfinetou a candidatura de Meirelles. cujo convite recusou para ser vice. Afirmou que o ex-ministro da Fazenda de temer "tem uma carreira admirável no mundo privado, mas sua candidatura não passa de um sonho de menino rico".
"Não creio que vá empolgar as massas, até porque nunca o vi falando do social", declarou. Já sobre Geraldo Alckmin (PSDB), Marta teceu elogios ao tucano. Disse que ele tem boas chances, mas não terá vida fácil: "É um homem de bem, com administrações pouco ousadas, e seu grande desafio, se ganhar, é não ficar refém dos compromissos que seus coligados não escondem e repetem todos os dias pelos jornais".
Ele também resolver fazer uma análise clínica do candidato Ciro Gomes (PDT). Falando como psicanalista, Marta disse que vê "claramente" uma postura de auto-sabotagem de Ciro que seria, na opinião dela, "o mais preparado, com mais ousadia para as reformas e para enfrentar o toma lá dá cá, mas talvez não queira ser presidente, porque ele se sabota".
Enquanto elogia Ciro e Alckmin, Mara faz críticas ao ex-presidente Lula. Diz que ele "fez muita coisa boa pelo País, mas se enveredou pelos atos pelos quais foi condenado pelo desejo de manter o poder".