Nicarágua critica comissariado da ONU por "declarações tendenciosas"
O governo da Nicarágua manifestou seu “mais enérgico protesto” pelas “declarações tendenciosas” do gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que criticou a lei de terrorismo aprovada pelo parlamento do país.
Publicado 18/07/2018 16:22

“Rejeitamos energicamente esta grosseira manipulação por parte do Alto Comissário frente ao direito soberano e à obrigação do Estado da Nicarágua de legislar de acordo com as convenções e tratados internacionais, para evitar a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo”, diz um trecho da nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores nicaraguense.
“Ao questionar esta lei, o Escritório do Alto Comissário se torna cúmplice precisamente de ações que nossa legislação, como Estado responsável, condena e que aprovamos de acordo com as convenções e instrumentos internacionais”, reforçou o ministério.
O governo nicaraguense tem enfrentando uma grave crise política em que protestos tem sido insuflados contra o presidente Daniel Ortega, em que mais de 350 pessoas morreram. Apesar dos esforços do governo de dialogar com a oposição, o clima ainda é de muita tensão social.
“Este tipo de declaração o transforma em cúmplice das ações que grupos terroristas realizaram, assassinando nicaraguenses e destruindo nosso país visando derrubar um governo constitucional, democraticamente eleito pelo nosso povo”, salienta a chancelaria.
Confira a íntegra da nota:
Rejeitamos energicamente essa manipulação grosseira pelo Alto Comissariado do Direito Soberano e obrigação do Estado da Nicarágua para legislar de acordo com as Convenções e Tratados Internacionais para evitar a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
Ao questionar essa Lei, o Escritório do Alto Comissariado se torna cúmplice precisamente das ações que a nossa legislação como Estado responsável condena e que temos aprovado de acordo com os Convênios e Instrumentos Internacionais para combater o flagelo da lavagem de dinheiro, o crime organizado, o narcotráfico e terrorismo. Este tipo de declarações os torna cúmplices das ações que grupos terroristas realizam, assassinando nicaraguenses e destruindo o nosso país com vista a derrubar um Governo Constitucional, democraticamente eleito pelo nosso povo.
Questionar e manipular o direito soberano e a vontade política da Nicarágua de fortalecer suas capacidades legais, técnicas e operacionais para combater a lavagem de dinheiro, o financiamento do terrorismo e outras atividades ilegais vão contra os princípios da Carta das Nações Unidas e da Ordem Jurídico Internacional.
Exigimos o cesse deste tipo de declarações e manipulações que não contribuem em nada para criar o clima necessário para o diálogo entre os nicaraguenses.
Managua, 17 de julho 2018
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
GOVERNO DE RECONCILIAÇÃO E UNIDADE NACIONAL
REPÚBLICA DA NICARÁGUA