Dois de Julho inspira luta pela reconquista da democracia em 2018
Dirigentes e militantes do PCdoB na Bahia participaram do tradicional cortejo do 2 de Julho, que percorreu as ruas do Centro Histórico de Salvador, nesta segunda-feira, em celebração aos 195 anos da Independência do Brasil na Bahia (1823-2018). Protagonista histórico das manifestações populares, o Partido está presente em todas as edições da festa e, neste ano, levou uma mensagem de fé que a força do povo vai restabelecer a democracia no Brasil, a partir das eleições deste ano.
Publicado 02/07/2018 18:36
A Independência de 1823, quando o povo organizado tomou as rédeas do destino do país, deve inspirar os brasileiros a fazerem o mesmo, neste momento de restrições democráticas, segundo o presidente estadual do PCdoB, Davidson Magalhães. Para ele, o 2 de Julho é a materialização da participação do povo na conquista da efetiva emancipação brasileira, e uma referência de luta para os comunistas.
“Não foi o grito do Ipiranga o fato fundamental para a conquista da independência do Brasil. A independência foi conquistada nas ruas, com as armas e com a participação do povo – índios, negros, mulheres. Foi uma aliança do povo que permitiu a verdadeira independência. O PCdoB, que sempre esteve nas ruas, acredita que o caminho é povo organizado e nas ruas”, defendeu o presidente do PCdoB-BA.
Neste sentido, o presidente municipal do Partido em Salvador, Everaldo Augusto, defendeu que este é o momento de buscar para o Brasil uma nova independência. “O significado do 2 de Julho nunca esteve tão atual como hoje, quando precisamos conquistar a liberdade, derrotar as tentativas de golpes seguidos que o nosso País vem passando, reforçar a democracia e reconquistar a nossa independência”, disse.
Vice-presidenta do PCdoB-Salvador, a vereadora Aladilce Souza completou: “O 2 de Julho é sempre a data de nós renovarmos o nosso compromisso com a liberdade, com a independência. Estamos nas ruas, junto com o povo, renovando o nosso compromisso de construir uma Salvador melhor e mais justa”.
Data nacional
A partir do Projeto de Lei 12.819, de 2013, de autoria da deputada federal Alice Portugal, do PCdoB-BA, o 2 de Julho foi elevado à categoria de data histórica no calendário das efemérides nacionais. Presente no cortejo, Alice defendeu a necessidade da preservação da História daquele tempo, porque, segundo ela, o 2 de Julho é a afirmação da luta pela liberdade em todos os tempos.
A parlamentar comunista acredita que ter preservada a memória das lutas populares por soberania nacional e democracia significa assegurar que os princípios contra a tirania prevaleçam sempre. “O Brasil, que vive sob um golpe, precisa reafirmar esses princípios”, disse Alice.
Diversidade
O deputado federal Daniel Almeida destacou, durante o desfile, a marca da diversidade que a festa tem. “O 2 de Julho significa o encontro de civismo e patriotismo, de manifestação cultural, religiosa e de grande abertura do processo político de cada ano eleitoral. Hoje, se viu essa manifestação de todas as correntes de opinião, de todas as manifestações que tanto identificam o povo da Bahia”, disse.
Marianna Dias, presidenta nacional da União Nacional dos Estudantes (UNE), reforça que a data reúne, também, a diversidade do movimento social e renova a esperança na luta unificada. “Em todo 2 de Julho, os movimentos sociais estão presentes, com os partidos políticos, ainda mais no momento em que o Brasil tem vivido, que exige de nós uma capacidade de resistência. Precisamos nos inspirar no espírito do 2 de Julho para que a gente possa melhorar o Brasil”, afirmou.
Lula Livre
A passagem do cortejo do 2 de Julho foi marcada por pedidos de liberdade do ex-presidente Lula, presentes em faixas, cartazes, camisetas e palavras de ordem. O PCdoB reforçou a defesa do ex-presidente, ao tempo em que levava para as ruas a pré-candidatura de Manuela d’Ávila, representante comunista para a disputa pelo Palácio do Planalto.
“O PCdoB vem às ruas apresentar a sua pré-candidatura ao povo e, ao mesmo tempo, mantendo-se firme com o compromisso da liberdade do nosso ex-presidente Lula, que é vítima de mais uma ação dos golpistas, que tiraram a presidenta Dilma Rousseff da cadeira da presidência”, defendeu Olívia Santana, secretária nacional de Combate ao Racismo do PCdoB.