Lula reitera candidatura, denuncia prisão política e prega unidade
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou nesta sexta (9), um manifesto ao povo brasileiro, no qual reafirma sua candidatura à Presidência da República, apesar de sua prisão política. Na carta, ele defende a união das forças democráticas.
Publicado 09/06/2018 12:46
"Sou candidato porque acredito, sinceramente, que a Justiça Eleitoral manterá a coerência com seus precedentes de jurisprudência, desde 2002, não se curvando à chantagem da exceção só para ferir meu direito e o direito dos eleitores", escreveu.
O texto foi lido na noite desta sexta, durante ato de lançamento da sua pré-candidatura, realizado pelo PT em Contagem (MG).
"Fui privado de conviver diariamente com meus filhos e minha filha, meus netos e netas, minha bisneta, meus amigos e companheiros. Mas não tenho dúvida de que me puseram aqui para me impedir de conviver com minha grande família: o povo brasileiro", disse.
Lula ressaltou conquistas de seu governo e disse que tem fé renovada no povo brasileiro. Mais uma vez, ele contestou as acusações contra si e apontou que sempre foi tratado pela Operação Lava Jato como um inimigo.
"Contra todas as injustiças, tenho o direito constitucional de recorrer em liberdade, mas esse direito me tem sido negado, até agora, pelo único motivo de que me chamo Luiz Inácio Lula da Silva.Por isso me considero um preso político em meu país", repetiu.
O ex-presidente afirmou ainda que essa eleiçõ é "o compromisso de sua vida". "Quem teve o privilégio de ver o Brasil avançar em benefício dos mais pobres, depois de séculos de exclusão e abandono, não pode se omitir na hora mais difícil para a nossa gente".
Lula disse ter provado ser possível fazer o um governo para povo e não para o mercado financeiro. “É o contrário do que faz o governo dos nossos adversários, a serviço dos financistas e das multinacionais”, disse.
O ex-presidente aproveitou para criticar os leilões de venda dos campos do pré-sal e a alta de preço dos combustíveis e gás de cozinha. Segundo ele, “o sofrimento de quem não tem mais dinheiro para comprar o botijão de gás, que voltou a usar a lenha para cozinhar ou álcool e se tornam vítimas de graves acidentes e queimaduras é um dos mais cruéis retrocessos provocados pela política de destruição da Petrobras e da soberania nacional”.
Segundo ele, a estatal “não foi criada para gerar ganhos para os especuladores de Wall Street, mas para garantir a autossuficiência de petróleo no Brasil, a preços compatíveis com a economia popular”. “Sonho ser o presidente de um país em que o julgador preste mais atenção à Constituição e menos às manchetes dos jornais. Em que o estado de direito seja a regra, sem medidas de exceção. Sonho com um país em que a democracia prevaleça sobre o arbítrio, o monopólio da mídia, o preconceito e a discriminação. Sonho ser o presidente de um País em que todos tenham direitos e ninguém tenha privilégios”, afirmou Lula.
Em referência à unidade das esquerdas, Lula disse ter certeza que forças aliadas terminarão unidas na campanha eleitoral. "Temos de unir as forças democráticas de todo o Brasil, respeitando a autonomia dos partidos e dos movimentos, mas sempre tendo como referência um projeto de país mais solidário e mais justo, que resgate a dignidade e a esperança da nossa gente sofrida. Tenho certeza de que estaremos juntos ao final da caminhada."