China terá uma marinha duas vezes maior que a dos EUA
James Fanell, ex-diretor de inteligência da Sexta Frota dos Estados Unidos, apresentou em maio diante do Congresso americano um relatório de 64 páginas em que garante que a China desenvolve atualmente um plano para ter, em um futuro não muito distante, uma marinha duas vezes maior que a dos Estados Unidos
Publicado 05/06/2018 17:36
Em um futuro não muito distante a China terá uma marinha duas vezes maior que a dos EUA, segundo analistas norte-americanos. Os dados presentes no relatório indicam que chineses contam com 330 navios e 66 submarinos, enquanto os americanos tem 211 navios e 72 submarinos. Até 2030, a China pretende ter 450 navios e 99 submarinos, enquanto os EUA terão ao todo 355 embarcações.
O poderio marítimo da China é crescente. "A armada chinesa está em um processo acelerado de desenvolvimento e expansão de sua capacidade, e isso está logicamente gerando preocupação nos Estados Unidos", explica Lyle Goldstein, professor do Instituto de Estudos Marítimos da China do Colégio Naval dos Estados Unidos para o UOL.
"Nos últimos tempos, temos visto que (os chineses) desenvolveram um porta-aviões próprio, projetado por eles mesmos. Também se fala que estão construindo um terceiro, com capacidade nuclear, o que deve ser motivo de orgulho para eles, mas é algo que gera uma inquietação deste lado", conclui.
Bryan McGrath, pesquisador do Centro de Poder Naval dos Estados Unidos do Instituto Hudson, explica que o poderio marítimo chinês tenta recuperar o atraso de uma geração em relação aos EUA, o que torna seu desenvolvimento recente ainda mais impressionante.
Ao chegar ao poder, o presidente Xi Jinping impulsionou uma profunda reforma do Exército para mudar suas prioridades: um corte de 300 mil soldados em troca de mais investimentos em inovação e tecnologia para modernizar suas Forças Armadas, sobretudo nas áreas naval, aérea e de mísseis.
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o controle do Pacífico é de grande importância para os Estados Unidos. Com o fortalecimento da marinha chinesa, a grande influência dos EUA na região pode estar ameçada.