Encontro entre EUA e Coreia Popular parece próximo novamente
Depois de Trump ter desmarcado o esperado encontro com Kim Jong-un em uma carta na qual ostentou a capacidade nuclear dos EUA, Pyongyang se mostrou mais uma vez aberto para o diálogo. Trump voltou atrás, e agora as chances do encontro são altas novamente
Publicado 29/05/2018 14:07
Logo após o cancelamento do encontro por Trump, na semana passada, Kim Jong-un voltou a se encontrar com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, na zona desmilitarizada entre os dois países.
A reunião serviu para que os líderes discutissem como colocar em prática os compromissos assumidos durante a reunião de abril, onde foi assinado um acordo de compromisso com a paz. Após esse encontro, Moon relatou no domingo (27) que Pyongyang ainda quer fazer uma reunião com os Estados Unidos para negociar, mas não sabe até que ponto pode confiar nos norte-americanos.
Nos dias anteriores ao cancelamento da cúpula por Trump, os EUA realizaram ações militares na península coreana, e o vice Mike Pence disse que a Coreia Popular poderia "acabar como a Líbia" se não cedesse a pressão norte-americana de uma desnuclearização unilateral.
A Líbia, depois de ter entregado, em 2003, o seu programa nuclear e de mísseis balísticos aos norte-americanos, foi invadida em 2011 pelos EUA e países aliados da OTAN, que destruíram o país norte-africano e o mergulharam no caos.
Kim afirmou, segundo a agência estatal KCNA, que mantém “a sua vontade fixa” para que o encontro com Trump aconteça.
Mas Kim Jong-un manifestou alguma preocupação quanto ao cumprimento pelos EUA de uma das principais reivindicações de Pyongyang. “O que permanece incerto para o presidente Kim Jong-un é saber se pode confiar na promessa dos EUA de acabar com a sua relação hostil e garantir a segurança da Coreia Popular assim que sua desnuclearização acontecer”, revelou Moon.
A viagem do chefe do Estado da Coreia Popular Kim Chang-son à Singapura e de outro alto-funcionário norte-coreano, Kim Yong-chol, à Washignton parecem não deixar dúvidas de que o encontro irá acontecer. Do lado norte-americano, uma equipe de representantes governamentais partiu para Singapura na segunda-feira (28), tal como esperado. No domingo (27), Trump revelou que uma delegação norte-americana se dirigiu para a Coreia Popular para preparar a reunião: “A nossa equipe chegou à Coreia do Norte para negociar o encontro com Kim Jong-un”, escreveu o presidente no Twitter.