Vamos falar sobre a Argentina
Em seis anos, a agenda de Mauricio Magri, continua aquela. Não a que alardeou em campanha, mas com capacidade para oferecer à nação o cardápio insalubre da recessão à Argentina.
Por Maria Fernanda Arruda*
Publicado 18/05/2018 18:53
A última vez que a agenda neoliberal comandou a política econômica argentina foi durante o governo de Carlos Menem, nos Anos 90. O roteiro daqueles anos foi muito parecido ao do contemporâneo Brasil de Fernando Henrique Cardoso. Um peronista agarrado ao clássico
discurso social democrata do seu partido; que se rendeu ao Consenso de Washington assim que assumiu.
As políticas econômicas importadas de Chicago tiraram o país da hiperinflação; mas o levaram a um quadro de recessão econômica que provocou o aumento da pobreza; o empobrecimento da classe média e o enfraquecimento da indústria nacional. Especialmente, as pequenas e médias.
Menem já havia recebido uma Argentina que os militares fizeram parar no tempo. Imobilizada por uma inacreditável burocracia; digna de papéis selados e lacrados. O argentinos já conheciam a crise, Com Menem foram embotados. Agora, a agenda neoliberal de Magri confronta com uma realidade que é o reverso dessa medalha.
Ajustes fiscais
Crescem, na última década, as taxas em torno de 9%. O governo Cristina Fernández criou 3,5 milhões de postos de trabalho com carteira assinada. Entre 2003 e 2011, índice de 5,7% da população, a mais baixa da América Latina.
Enfim, em seis anos, a agenda de Mauricio Magri, continua aquela. Não a que alardeou em campanha, mas com capacidade para oferecer à nação o cardápio insalubre da recessão. Aquela que se transformou, à semelhança do que aconteceu no Brasil, no discurso da estatização; manteria os projetos de distribuição de renda, e não faria ajustes fiscais.