ONU e países repreendem EUA e Israel
A Rússia condenou a transferência da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém. ONU denunciou Israel por matar indiscriminadamente em Gaza, onde palestinos protestam pelos 70 anos da Nakba (catástrofe) e a África do Sul retirou seu embaixador de Tel Aviv em protesto contra o massacre de palestinos por Israel
Publicado 15/05/2018 16:39
O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos denunciou hoje (15), em Genebra, que Israel mata de maneira que "parece indiscriminada" e lembrou que querer pular ou danificar uma cerca de fronteira (a Faixa de Gaza) não justifica o uso de munição letal.
"Parece que qualquer um pode ser assassinado ou ferido; mulheres, crianças, repórteres, trabalhadores da área da saúde, se eles se aproximarem mais de 700 metros da cerca. Eles atiraram em um amputado duplo. Qual é a ameaça de um amputado?", afirmou o porta-voz em Genebra do Escritório, Rupert Colville.
"Parece bastante claro que está se matando de forma indiscriminada", afirmou Colville.
"O uso de força letal deve ser o último recurso, não o primeiro, e deve responder a uma ameaça à vida. A tentativa de pular ou danificar uma cerca, ou lançar coquetéis molotov, não é claramente uma ameaça de morte", ressaltou o porta-voz.
A Rússia condenou a medida de instalação da embaixada norte-americana em Jerusalém, principal foco dos protestos na Faixa de Gaza. “Não se deve revisar de maneira unilateral nenhum acordo internacional referente ao status de Jerusalém”, disse o ministro de relações exteriores Serguei Lavrov.
Lu Kang, porta-voz da China, disse em uma entrevista coletiva que a China está seriamente preocupada com os confrontos que causaram mortes e se opõe à ação violenta contra cidadãos. "O lado chinês defende que, de acordo com as resoluções pertinentes das Nações Unidas, as conversações de paz entre a Palestina e Israel devem ser retomadas o mais breve possível e o status final de Jerusalém deve ser resolvido por meio do diálogo".
A China apoia a causa justa do povo palestino para restaurar seus legítimos direitos nacionais e apoia o estabelecimento de um Estado da Palestina totalmente soberano e independente, baseado nas fronteiras de 1967 com Jerusalém Oriental como sua capital, disse ele.
Já o governo da África do Sul retirou seu embaixador de Tel Aviv em protesto contra o massacre de palestinos por Israel ocorrido na segunda (14).