Chico Lopes critica política de aumento da tarifa do gás

A volta do fogareiro a carvão e dos fogões a lenha maltrata e coloca em risco milhares de famílias de brasileiros que não podem mais pagar pelo gás de cozinha, diante dos sucessivos reajustes de preço do produto, muito além da inflação, permitidos pelo Governo Federal. O alerta é do deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), que vem alertando o problema desde 2017, com requerimento e realização de audiência pública na Comissão de Legislação Participativa (CLP), da Câmara dos Deputados.

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Na ocasião, diante da cobrança feita pelo deputado cearense, os representantes da Petrobras prometeram que a empresa revisaria a política de preços do gás de cozinha, diante das fortes críticas e do imenso impacto social dos vários reajustes do botijão, que subiu quase 70% de junho a dezembro do ano passado.

A empresa admitiu, na audiência, que vinha reajustando os preços do gás de acordo com a variação internacional do preço do produto – o que inclui até mesmo a forte alta na Europa, nos meses de frio, realidade que, ressalta Chico Lopes, "nada tem a ver com o povo brasileiro e não pode ser usada como pretexto para que as nossas famílias paguem a conta".

Alta do gás: indiferença com o povo

Para Chico Lopes, a realidade de milhares de famílias que não mais conseguem pagar pelo gás de cozinha e voltaram ao fogareiro ou ao fogão a lenha é um exemplo das consequências desastrosas do governo Temer sobre o povo brasileiro.

"Além de congelar investimentos sociais, inclusive em saúde e educação, infraestrutura e segurança, por 20 anos, além de cortar direitos trabalhistas, de entregar o pré-sal para estrangeiros, de ameaçar a Previdência, o desgoverno Temer, que prometeu resolver tudo da economia em pouco tempo, apenas ampliou o desemprego, a recessão, a desesperança do povo brasileiro", aponta Chico Lopes.

Risco de queimaduras e incêndio

"Esse caso do gás de cozinha é escandaloso. Enquanto a classe média sofre com a gasolina perto de R$ 5,00 o litro, mais do que o dobro do que custava no governo Dilma, os mais pobres também pagam essa conta, pois o custo do frete com combustível mais caro é repassado para todos os produtos, inclusive a cesta básica e outros itens essenciais", ressalta Lopes.

"Enquanto isso, o gás de cozinha se tornou um produto inacessível a muitos brasileiros, como mostra a imprensa no Ceará, nesta segunda-feira, apontando que em mais de 23% dos lares cearenses as pessoas estão cozinhando sem botijão de gás, e sim utilizando carvão ou lenha. A média nacional é de 17%.

"Fortaleza aparece como a cidade com segundo preço mais alto do gás. Isso é uma tragédia para o nosso povo mais pobre, que tem de voltar a conviver com a crueldade de precisar de fogareiros e fogões a lenha, o que expõe as famílias, inclusive idosos e crianças, a alto risco de queimaduras e até incêndio".

Próximos passos

O deputado ressalta que entrará com novos requerimentos de convocação à Petrobras e à Agência Nacional de Petróleo, bem como à Senacon, Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, para cobrar providências e redução do preço do gás de cozinha.