Flávio Dino e Manuela: Busca da unidade deve pautar o debate eleitoral
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), propôs um debate estratégico sobre as eleições de outubro e reafirmou a defesa da unidade das forças progressistas em torno de uma única candidatura.
Publicado 08/05/2018 14:18
Segundo ele, a unidade é crucial nesse processo eleitoral e o debate se faz necessário já no primeiro turno. “Está chegando o momento de admitir uma nova agenda. Se não oferecermos uma alternativa viável, você pode perder a capacidade de atrair outros setores do centro que se guiam também pela viabilidade”, argumentou Flávio Dino.
Fazendo uma análise do quadro atual, diante da condenação arbitrária e sem provas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador maranhense considerou que a prisão do ex-presidente deixa um ponto de interrogação sobre o processo eleitoral que é definir se “queremos uma eleição apenas de resistência, de marcar posição, eleger deputados, ou ganhar a eleição presidencial”.
“Temos chance de ganhar a eleição porque o pós-impeachment deu errado. O fracasso do Temer é o fracasso da alternativa que se gestou a nós”, enfatizou Flávio Dino, destacando que seria uma tragédia a derrota para a direita.
A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila, disse que Flávio Dino fez um chamado à razão e ao diálogo. “Ele falou isso depois de uma semana na qual PT e Ciro se atacaram de forma desnecessária, digo isso fraternalmente. E diria mais: nossas diferenças são pequenas diante dos desafios do nosso país e de nosso campo”, salientou.
Manuela demonstrou sua disposição ao debate, que acredita ser o caminho que todos deveriam perseguir “para a construção de uma saída que una o conjunto da esquerda”.
“Eu e meu partido pensamos no Brasil em primeiro lugar, a luta pela unidade popular é a marca da nossa história de 96 anos. Eu estou me esforçando muito nesse sentido. Se não der certo, podem ter certeza, não terá sido por falta de iniciativa e boa vontade de nossa parte”, frisou.
Em sua página nas redes sociais, Flávio Dino reafirmou que defende a candidatura de Lula e que todo o campo popular o apoie, mas ponderou: “Caso Lula não consiga ser candidato, defendo a unidade do lulismo em torno do melhor posicionado, para tentar ir ao 2º turno e ganhar a eleição”.
Ele volta a defender que há um debate a ser feito pela esquerda brasileira que não pode ser deixado para outubro, ou seja, no segundo turno. “A esquerda brasileira tem que decidir o que quer em 2018: ‘marcar posição’ e disputar ‘heranças’ ou vencer as eleições”, indagou.
Ele destaca que com a unidade das forças progressistas é possível vencer com Lula como líder maior, em qualquer cenário que se concretize, e defendeu a inclusão do campo do centro na sociedade “que tem de ser (re)conquistado”.
“Mas isso não ocorrerá com slogans, isolacionismo, exclusivismo, pretenso radicalismo”, declarou. “É preciso colocar na frente o compromisso com o Brasil”, advertiu.
“A melhor opção para o Brasil é que a esquerda opte por tentar vencer nas urnas. Para conter os retrocessos sociais, econômicos e políticos. Essa é a nossa responsabilidade com o Brasil. E a maior prova da solidariedade com Lula é tentar vencer nas urnas”, destacou.