Novo presidente do Paraguai terá minoria no Senado
O presidente eleito do Paraguai, Mario Abdo Martínez, terá que negociar alianças em seu mandato, seja com a oposição, seja com agremiações mais à direita, já que não conseguiu maioria absoluta no Senado, de acordo com números divulgados pelo Tribunal Eleitoral do país.
Publicado 25/04/2018 13:00
Entre as 45 cadeiras do Senado paraguaio, o direitista Partido Colorado de Abdo Martínez obteve 17, contra 13 do centrista Partido Liberal e 6 da Frente Guasú, de esquerda, enquanto as outras legendas compartilharam as últimas 9. O novo governo conseguiria maioria caso conquistasse 23 assentos. Os resultados foram divulgados na noite desta segunda (23).
No senado, a bancada governista será liderada pelo atual chefe de Estado do Paraguai, Horacio Cartes, o vice-presidente, Juan Afara, e pelo ex-presidente Nicanor Duarte. Por outro lado, o atual presidente da Casa, o ex-mandatárioFernando Lugo, conseguiu renovar seu mandato de senador pela Frente Guasú.
Já na Câmara dos Deputados, o Partido Colorado obteve maioria própria e deve ter ao menos 42 parlamentares, um a mais do que o necessário para tal.
Por apenas 3,7% de diferença, Abdo Martínez venceu as eleições presidenciais do Paraguai no último domingo (22), superando o opositor Efraín Alegre, candidato da centro-esquerda.
Vínculos com a ditadura
O novo presidente é filho do secretário privado do ex-ditador Alfredo Stroessner, que governou o país por 35 anos. Abdo Benítez tenta manter distância do fato, mas diz reconhecer o que classifica de “vários êxitos” em matéria de segurança e economia durante o período repressivo.
O presidente eleito estudou nos Estados Unidos, foi subtenente da reserva da Aviação das Forças Armadas e herdou uma grande fortuna do pai. Durante sua carreira política, foi senador e presidente do Senado.
O Partido Colorado, do qual Abdo Benítez faz parte, é uma agrupação política de tendência conservadora e governou o país entre 1947 e 2008, quando Fernando Lugo venceu as eleições. Lugo foi vítima de um golpe anos depois, em um processo de impeachment que durou somente 36 horas.