Lula Livre: Ocupação em Fortaleza tem marca de luta e resistência
Você certamente lembra onde estava naquele domingo, dia 17 de abril de 2016. Era votação no Congresso Nacional para a admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma Rousseff (PT). Parlamentares dedicavam a Deus e às famílias seus votos contra a presidenta eleita legítima e democraticamente pelo povo. De lá pra cá, o país vive sequências de escândalos enquanto o povo brasileiro soma derrotas enquanto renova a esperança.
Publicado 17/04/2018 22:19 | Editado 04/03/2020 16:22
Se dizem que o nordestino é antes de tudo um forte, hoje os cearenses comprovaram o dito popular e deram, mais uma vez, exemplo de unidade e força. Com resistência e luta, cerca de 10 mil pessoas participaram, neste mesmo 17 de abril, em Fortaleza, do “Ato Lula Livre”. Na pauta principal do encontro realizado no “Acampamento do Povo Cearense por Lula Livre” a resistência e o repúdio ao Golpe que completa dois anos.
Mobilizados desde a última quarta-feira (11) na Praça Murilo Borges (da Justiça Federal), milhares de pessoas participaram, ao longo desses dias, das manifestações para ratificar apoio à maior liderança popular do país: Luiz Inácio Lula da Silva. Ao longo do dia, além do ato político que reuniu representantes das mais variadas organizações como partidos políticos, parlamentares, movimentos sociais e sociedade civil organizada, a programação contou com apresentações de artistas como Trasnacionais, Juruviara, Fumaça de Pólvora, Erivan Produtos do Morro, Paulo Renato, Duas Doses de Música e os Tiragostos, dentre outros.
A adesão de personagens da cultura foi marcante durante os sete dias de acampamento. Pelo palco “Lula Livre” se apresentaram mais de 50 nomes da música cearense, demonstrando que a cultura tem lado e está engajada nas discussões e anseios do povo. A mistura de ritmos trouxe em comum o sentimento de traduzir e embalar a festa com resistência e consciência.
Ao longo da última semana, a programação da ocupação em Fortaleza envolveu pessoas de todas as frentes, idades e interesses. Com atos, tribunas livres, aulas públicas, oficinas, plenárias, atrações culturais, atividades voltadas ao debate da comunicação, com mulheres, juventude e até crianças, o envolvimento tanto de pessoas que acampavam quanto de manifestantes que iam prestar seu apoio, fizeram do acampamento um espaço vivo e livre.
Está tendo luta. O sentimento de defesa da democracia, dos direitos do povo e por Lula Livre permanecem a cada dia em que o trabalhador, a mãe de família, o jovem estudante, o profissional liberal levanta e enfrenta preocupações. Desde aquele 17 de abril de 2016, os desafios aumentaram, mas a unidade popular também ganhou força e adesões valiosas. Certamente os mais de 10 mil “Lulas” que estiveram na Praça da Justiça nesta terça-feira também lembrarão daqui a uns anos onde estavam neste dia 17 de abril de 2018: unidos, resistindo e empunhando a bandeira da defesa da democracia.