EUA reconhecem que não possuem provas do uso de químicos em Duma
O chefe do Pentágono, James Mattis, reconheceu que os Estados Unidos não possuem provas do uso de cloro ou sarin no suposto ataque do dia 7 de abril em Duma, na Síria. Segundo Mattis, a única prova do Pentágono de que esse incidente ocorreu são relatos da mídia
Publicado 17/04/2018 15:22
"Aconteceram vários ataques desse tipo. Em muitos casos, não temos tropas e não estamos ocupando aquele terreno específico, assim não posso dizer que temos provas, mas contamos com muitos indícios de mídias e redes sociais de que foi usado coloro ou sarín", admitiu Mattis ao ser questionado no Congresso pelo suposto ataque na cidade síria de Duma.
"Acredito que o ataque químico aconteceu e estamos esperando provas baseadas em fatos", afirmou o alto oficial militar ao mencionar a missão da OPAQ, que deverá começar a trabalhar na investigação da área no sábado (21).
O presidente norte-americano, Donald Trump, se apressou na semana passada em culpar o governo sírio pelo suposto ataque químico, apesar dos investigadores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) ainda não terem começado a investigação oficial. Nessa terça-feira (17), a entidade prometeu enviar um grupo de peritos para a cidade de Duma.
Mattis indicou que os militares estadunidenses estão "preparados para proporcionar opções militares" se Donald Trump "as considerar apropriadas".
O representante da ONU, Vasili Nebenzia, lamentou durante a sessão do Conselho de Segurança dessa terça (17) que Washington não se importe em comprovar se de fato ocorreu um ataque químico em Duma, mas apenas busca pretextos para atacar o país árabe.
O representante qualificou como "uma loucura" bastarem apenas informações não apuradas dos Capacetes Brancos para assumir que o governo sírio utilizou armas químicas contra seu povo. Diante disso, Nebenzia pediu a seus homólogos dos EUA e aos países ocidentais explicações sobre a razão pela qual Damasco faria tal ataque em Duma no momento em que o exército sírio obtinha uma vitória contundente no território.