Conselho de Direitos Humanos da ONU condena Israel
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adotou quatro resoluções que condenam Israel e a ocupação ilegal da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e dos Montes Golã, além das violações de direitos humanos contra os plestinos
Publicado 26/03/2018 18:44
Foi no âmbito da 37.ª sessão realizada entre os dias 26 de fevereiro e 23 de março, em Genebra, na Suíça, que o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas tomou um conjunto de medidas em relação a Israel, entre as quais um embargo da venda de armas.
Em comunicado, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) indica que o apelo à comunidade internacional faz eco de campanhas internacionais a favor de um embargo da venda de armas a Israel desde o seu último ataque contra a Faixa de Gaza, em 2014.
Outras resoluções apelam para que Israel se retire dos Montes Golã ocupados, tomados da Síria após a guerra de 1967, suspenda a construção de colonatos na Cisjordânia e regresse às fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias. A última resolução condena Israel pelas violações dos direitos humanos dos palestinos que vivem sob a ocupação.
"Embora as resoluções sejam sobretudo simbólicas, já que a ONU não possui um mecanismo para impor a sua aplicação, representam um revés diplomático para Israel e o seu principal aliado, os Estados Unidos", atenta o MPPM.
Já a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, aproveitou a oportunidade para acusar o conselho de "enviesamento" contra Israel e ameaçar a retirada do seu país desta instituição.
O MPPM denuncia ainda o fato de Israel ter intensificado a colonização e as medidas visando a anexação dos territórios palestinos, "encorajado pelo apoio dos EUA e, em particular, pela decisão do presidente Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e de transferir a embaixada dos EUA".
O movimento cita o membro do Comitê Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Hanan Ashrawi, que reconhece que, apesar da pressão e das ameaças do governo dos EUA e de Israel, "a maioria dos membros se manteve firme".
"Ao adotar essas quatro resoluções, o Conselho reafirmou o direito do nosso povo à independência e a um Estado soberano nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital", sublinha Hanan Ashrawi.