"Intervenção não dialoga com aqueles que vivem a violência", diz Manuela
Em entrevista ao jornal O Dia, do Rio de Janeiro, a deputada estadual pelo Rio Grande do Sul e pré-candidata do PCdoB à presidência da República, Manuela D'Ávila, falou sobre a execução da vereadora Marielle Franco e da intervenção militar na segurança do Estado.
Publicado 19/03/2018 14:00
Para Manuela, o covarde episódio "demonstra que a intervenção não traz as consequências imaginadas".
"Não dialoga com aqueles que vivem a violência de forma mais intensa. Foi construída sem ouvir as comunidades, as pessoas que vivem nos territórios em disputa. O episódio reforça a necessidade do banco de controle de armas, da corregedoria e da ouvidoria nacional das polícias. A população precisa ter confiança de que as denúncias serão investigadas de forma célere", disse.
Ao falar sobre o seu mandato como deputada estadual, Manuela conta que decidiu deixar a Câmara Federal para voltar à Assembleia gaúcha porque "tinha muita vontade de voltar a militar no meu estado".
"Saí muito cedo de lá. Também tinha vontade de engravidar. Além disso, entre 2014 e 2018 a gente tem simplesmente um golpe no meio. O Brasil se entrega a uma verdadeira quadrilha", frisou.
Por ser uma candidata comunista, a grande mídia busca polarizar a sua pré-campanha com a do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), por ser claramente antagônicas. Questionada sobre como seria o debate com o deputado, Manuela ironizou: "Debate? Para debater, tem que ter ideias. Nesse caso, vou ficar falando sozinha".
Manuela não poupou críticas ao discuso misógino e de ódio de Bolsonaro. "É o meu dever enfrentar alguém que acha que as mulheres podem ser estupradas e receber menor salário. E ele não terá respostas para me dar que não sejam agressões. É só o que sabe fazer. Quero ouvi-lo sobre Segurança Pública. Presidente tem que pensar em política pública. Ao afirmar "vou armar todo mundo", Bolsonaro está dizendo que não vai fazer nada", rechaçou.