Luciana Santos sobre morte de Marielle: Crime praticado pelo Estado
Em ato de homenagem a Marielle Franco, realizado em Pernambuco, nesta quinta-feira (15), a presidenta nacional do PCdoB, deputada federal Luciana Santos, ressaltou que esse episódio é um crime político, praticado por parcela do Estado brasileiro e pela força militar do Estado do Rio. “Mulher negra, jovem, da periferia, de um partido de esquerda e que incomodava muita gente”, destaca a parlamentar.
Publicado 15/03/2018 21:10 | Editado 04/03/2020 16:55
Luciana realça que Marielle resistia ao Brasil pós golpe, sempre lutando pelos direitos do povo. “Resistia ao país do ódio, da intolerância, que rasga a democracia”. A presidenta comunista afirma que “em momentos como esses, precisamos nos agigantar”.
A deputada também falou sobre a decisão do PCdoB em requerer uma comissão externa na Câmara dos Deputados para apurar de maneira especial a execução de Mariella. “Essa comissão externa terá mais força se a população for para a rua e garantir que essa luta continua”, frisou Luciana Santos.
Para ela, o crime é "a expressão mais cabal desse ambiente que nós vivemos no Brasil. "Um ambiente de intolerância, ódio, e quando você concretiza uma atitude de força como foi um impeachment sem crime de responsabilidade, você daí abre a caixa de pandora", disse.
Homenagem e protesto
A partir das 16h, representantes de diversos movimentos sociais com atuação no estado se concentraram na Câmara Municipal do Recife, no centro da cidade, para homenagear a vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, assassinada na noite desta quarta-feira (14), no Rio. O ato foi liderado pelo Psol, partido ao qual Marielle era filiada. Após a concentração, o grupo saiu em caminhada até o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado. Os participantes portavam faixas e cartazes com dizeres como "Marielle Presente" e "Fora Temer" e gritavam palavras de ordem.
Na sede do governo houve um princípio de tumulto, quando o alambrado que impedia a entrada dos manifestantes no Palácio do Campo das Princesas caiu. Em resposta, a segurança da sede do Executivo usou gás de pimenta no grupo que, em seguida, se dispersou. Depois, o carro de som que acompanha a manifestação foi trazido mais para perto do ato público.
A psolista Albanise Pires lembrou da visita feita por Marielle a Pernambuco no ano passado. Ela esteve aqui no dia de Finados, a convite do deputado estadual Edilson Silva (PSOL), e participou de um ato de resistência negra, ao lado de outras lideranças negras, no Pátio de São Pedro.
Questionada se o partido pretende tomar alguma providência sobre o acontecido, Albanise afirmou que a legenda está exigindo que as investigações sejam isentas e não contem com a participação da Polícia do Rio de Janeiro.
Audicéa Rodrigues, com informações do site do PCdoB e da Folha de Pernambuco