Carteiros entram em greve nacional contra desmonte dos Correios
Funcionários dos Correios entraram em greve na manhã desta segunda (12) em protesto contra o desmonte da empresa, que está na mira da privatização. A paralisação, por tempo indeterminado, afeta 21 Estados mais o Distrito Federal. Não aderiram à greve apenas o Amapá, Amazonas, Roraima e Sergipe.
Publicado 12/03/2018 16:40
O objetivo do movimento é pressionar o governo a realizar concurso público e repor mais de 20 mil vagas deficitárias em todo País. A Federação Interestadual de Sindicatos dos Correios (Findect) denúncia que nos últimos meses, a ECT induz os brasileiros a acreditarem que a empresa passa por uma crise, enquanto patrocina intervenções políticas na estatal e deixa os trabalhadores no prejuízo, com retiradas de direitos e desvalorização.
“A gestão que atualmente administra a Empresa, sob a coordenação do ministro das Comunicações Gilberto Kassab e de Guilherme Campos, presidente da ECT, intensificou o desmonte dos Correios com o objetivo de entregar a empresa à iniciativa privada”, dia Elias Cesário, vice-presidente Findect e presidente do Sindicato dos Correios de São Paulo.
Os Sindicatos denunciam que o desmonte da empresa resulta em falta de funcionários. Nos últimos quatro anos foram demitidos mais de 20 mil e, desde 2011, a empresa não realiza concurso. Há fechamento de agências em todo o País. “Os Correios têm mais de 20 mil vagas em aberto e o atual governo quer agravar ainda mais a crise do desemprego não contratando mais funcionários”, afirma Elias Cesário.
Em defesa das conquistas
Um dos principais ataques da ECT é voltado ao plano de saúde da categoria, que recebe, em média, o pior salário entre empresas públicas e estatais (R$ 1,6 mil). Os trabalhadores reivindicam que a empresa volte atrás nas mudanças que pretende. Hoje, os funcionários pagam um percentual das despesas do plano apenas quando o usam. Os Correios querem descontar dos salários um percentual fixo.
Além de arcar com a mensalidade, o benefício também poderá ser reajustado conforme a idade, chegando a mensalidades acima de R$ 900,00.