Artigo: Convergir para um programa único

Por mais que tentem esconder o óbvio em seus antiquados jornais, sabe-se que atualmente pelo menos 50% dos telespectadores sentam em frente à TV com o smartphone na mão para confirmar as noticias na rede mundial de computadores, ou seja, a mentira, a fake News da Globo é desmascarada pelo próprio alvo deles. 

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Por Everson Merino* – Independentemente das condições em que se encontre o presidente, preso ou não, a sua habilidade será testada em 2018. A dúvida é sobre em qual situação essa habilidade será operada.

Lula joga muito bem o jogo político, nisso ele é doutor, não há como fugir da realidade. No entanto uma controvérsia está colocada, se ele é ou não a maior liderança política brasileira!?

Cada polo político aposta à sua maneira em Lula, um lado joga todas as fichas contra o petista, inclusive desmonta dia-a-dia a capenga Democracia em busca da destruição do personagem. O outro lado conta com ele para comandar a luta (mesmo que alguns equivocadamente sem resistentes a isso), mas se o movimento popular pretende vencer a disputa social tem que se apoiar na liderança e legado do ex-presidente, assim como, em um programa novo, ousado, altivo, soberano e democrático.

Olhando para a história percebe-se que JK venceria mesmo preso, Getúlio também, Jango inclusive. Dentro dessa perspectiva Lula vence, sendo candidato ou apoiador do plano, até mesmo preso. Penso que não irão matá-lo como fizeram com Juscelino.

Importante dizer que o movimento popular deve ser vigilante sobre qualquer tentativa de cancelamento ou suspensão das eleições presidenciais. Essas investidas devem ser rechaçadas em bloco.

O campo democrático popular recebe diuturnamente terroristas do aparato da burocracia estatal através de Sérgio Moro, Bretas, Dalagnol, Carmem Lúcia, dentre outros. No entanto trata-se de empreitada desastrosa, pois é odioso e repugnante aos olhos de qualquer um quando uma liderança popular é atacada por injustiças promovidas pelos poderosos de toga, o povo conhece muito bem a mão pesada do judiciário contra negros, pobres e trabalhadores, acaba se identificando com os perseguidos do sistema lavajato.

As pesquisas estão aí para comprovar o fenômeno Lula, o qual após a lavajato reduziu rejeição e aumentou popularidade e empatia perante o setor produtivo da nação.

Aguardemos para aferir como ressurgirá Jaques Wagner nas pesquisas após a invasão televisionada da sua residência pela Policia Federal. Aposto que cresce! A Bahia vai fechar com seu líder, especialmente porque o suposto fato criminoso praticado por Wagner já foi esclarecido á 4 anos, ou seja, não haveria prova de crimes na casa da família do ex-governador.

O movimento antijurídico e judicial levará os conservadores a uma derrota acachapante em outubro. A cada ação “lavajatense” os conservadores perdem tempo e voto, além de contribuir para a unificação do movimento progressista popular. A experiência dolorida da ditadura não permitirá vacilo da esquerda, não creio que neguem a necessidade histórica do candidato único a fim de buscar a vitória em outubro. Deixar para o segundo turno? Arriscado demais!

O caminho após o documento firmado entre os representantes das fundações ligadas à PCdoB, PT, PDT e PSOL, será a definição da plataforma de governo, assim como, o perfil do candidato ideal que possa aplicar o programa. A terceira etapa será prorrogada para os idos de agosto quando as candidaturas serão inscritas. Certamente não será tarefa fácil fechar esse projeto sem fissura alguma, por isso Lula é quem deve comandar o processo.

A próxima eleição deverá ter roupagem diferenciada com muita disputa ideológica e debate entre classes, inclusive fora dos grandes centros, vez que a mídia nativa assumiu o risco do resultado quando resolveu manter a pauta política em evidência desde 2014.

Por mais que tentem esconder o óbvio em seus antiquados jornais, sabe-se que atualmente pelo menos 50% dos telespectadores sentam em frente à TV com o smartphone na mão para confirmar as noticias na rede mundial de computadores, ou seja, a mentira, a fake News da Globo é desmascarada pelo próprio alvo deles. Isso ficou patente no caso da condenação do Lula.

Enquanto a mídia nativa afirmava estar todo o processo dentro da normalidade, o mundo noticiava ao contrário, o Estado Exceção experimentado no Brasil ficou evidente na internet e o povo brasileiro expunha essa contradição de forma imediata, não existe mais a verdade absoluta da mídia tradicional, Globo, Veja, Estadão e Folha.

É urgente a articulação progressista entorno de um programa único, sólido e de fácil compreensão popular, Lula é doutor em comunicação popular, tem que comandar essa empreitada de qualquer maneira, mesmo preso se for o caso.

O conjunto da militância dos partidos precisa demonstrar maturidade e serenidade durante o aprofundamento do debate, sobretudo da questão nacional (Soberania, Democracia e Desenvolvimento Econômico). Necessário deixar de lado a cilada do divisionismo e assumir com tranquilidade a defesa da indústria nacional.

Se a esquerda agir com inteligência e unida poderá promover o reencontro do povo com a Democracia para resolver o golpismo na urna.

Ponto positivo nesse momento é a exposição da pluralidade do pensamento progressista, os partidos lançaram seus candidatos e programas, coisa que a o conservadorismo não faz devido aos efeitos que provocariam no julgamento popular.

O movimento dos partidos da frente de esquerda que colocaram suas lideranças para a disputa de ideias trata-se de ação acertada, dificulta inclusive o trabalho da operação antipopular e judicial que busca caçar um a um na linha de sucessão de Lula se possível. Agora é só promover o aprofundamento do programa da unidade popular.

Oportunamente deverá ter entendimento sobre o documento final e sobre o candidato. Venceremos mais uma!

Não se vê no horizonte outro caminho a ser tomado em meio ao golpe de Estado em curso.
Importante destacar o papel fundamental das politicas aplicadas por Flávio Dino, governador popular do Maranhão, plataforma de governo que pode servir de base para a frente. Também não se pode deixar de lembrar da pré-candidatura da jovem gaúcha Manuela, um fenômeno eleitoral no Rio Grande do Sul que surge como a “juventude consequente politizada”.

O PCdoB veterano de guerra novamente compreende o curso do processo e busca articular o campo através de seu líder, Renato Rabelo. Um show de compreensão política.

O PSOL aparentemente amadureceu e amplia a sua envergadura política assumindo a responsabilidade em participar do movimento anti-golpista em bloco com os demais partidos. Obviamente a esperança é de que essa investida psolista seja sólida e despida de vaidades apequenadas.

O PT continua o maior partido do país e tem a maior capacidade de votação no entorno de seu líder, o partido coloca praticamente sozinho qualquer um no segundo turno, considerando que é amado por 20% da população.

O PDT se fortaleceu com Ciro, além de ser o partido histórico de Leonel Brizola, trata-se de uma agremiação fundamental para o movimento trabalhista nacional e caminha junto.

O PSB ainda busca resolver suas fissuras internas, notadamente entre os paulistas e pernambucanos. Que Eduardo Campos e Miguel Arraes se possível iluminem seus quadros. De qualquer forma em março o partido deverá tomar rumo com o movimento popular após a sua convenção.

Não há o que temer! Por fim, como afirmou o líder comunista João Amazonas, “havemos de vencer, avante venceremos”.

*advogado e procurador-geral da Companhia Hidromineral de Piratuba. Também foi Diretor de Universidades Públicas da União Catarinense dos Estudantes na gestão 2009-2011.