Temer dá posse a Jungmann no ministério improvisado da Segurança
Michel Temer deu posse ao ministro Raul Jungmann no recém criado Ministério da Segurança Pública, nesta terça-feira (27). A nova pasta, criada por meio de um decreto, tem caráter provisório. O novo ministério tem muito pouco de novo. O ministério se propõe a coordenar as ações de segurança pública em todo o país.
Publicado 27/02/2018 14:21
“Esse ministério vai fazer reuniões permanentes com governadores e secretários de segurança […] Esse ministério vai coordenar a área de inteligência, porque também não basta colocar policial na rua com fuzil, precisa desbaratar o crime organizado”, disse Temer.
Com a medida, migram do Ministério da Justiça o Departamento de Polícia Federal, o Departamento de Polícia Rodoviária Federal, o Departamento Penitenciário Nacional, o Conselho Nacional de Segurança Pública, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, e a Secretaria Nacional de Segurança Pública. Os orçamentos destinados a esses setores atualmente no Ministério da Justiça migrarão com eles para a nova pasta. Da mesma forma, serão absolvidos pelo ministério da Segurança Pública os servidores efetivos dessas áreas.
Dentre as competências do novo ministério estão o patrulhamento ostensivo das rodovias federais e a política de organização e manutenção da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
Num discurso que mais parecia apresentar de programa policial, Jungmann citou uma frase do hoje ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça que estava na cerimônia, de que o país "prende muito, mas prende mal".
"Nosso sistema carcerário cresceu 171% e o déficit de vagas hoje se encaminha para 400 mil vagas", afirmou o novo ministro, que também citou que em 2016 os dados apontam para 61 mil mortes por conta do crime. "Essa é a mais pesada atribuição que já tive", confessou.
Jungmann também disse que se despede do Parlamento "em nome desta causa" e anunciou que pedirá ao PPS a suspensão de todas as suas atribuições partidárias.
Além de Alexandre Moraes, outros dois ministros do STF participaram da cerimônia: Gilmar Mendes e Dias Toffoli.