ONU destaca programa de combate ao trabalho escravo no Maranhão
Uma campanha de prevenção de combate ao trabalho escravo feita em escolas públicas do Maranhão é destaque no site da ONU (Organização das Nações Unidas). Realizado pela ONG Repórter Brasil, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SEDUC) do Maranhão e com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério Público do Trabalho (MPT), o projeto “Escravo, nem pensar!” é focado na prevenção ao trabalho escravo.
Publicado 22/02/2018 11:26
O projeto já está em sua segundo edição e este ano desenvolve atividades de prevenção ao trabalho escravo com alunos e pessoas da comunidade. A primeira edição, que aconteceu entre 2015 e 2016, preveniu mais de 130 mil pessoas do trabalho escravo, em 62 municípios vulneráveis do estado. O projeto integra as ações do governo do Mais IDH, dedicado à avaliação de políticas do estado em municípios vulneráveis.
As ações públicas visam mudar o cenário de exclusão da população, resultado de anos de governo oligárquico comanda pela família Sarney. a consequência é que o Maranhão é um dos estados com maior número de trabalhadores resgatados do trabalho escravo no Brasil.
Em 2018, o projeto incluirá 383 escolas de 79 municípios, gerenciadas pelas Unidades Regionais de Educação de Bacabal, Barra do Corda, Caxias, Zé Doca, Presidente Dutra, São Luís, Timon e Viana.
“É um compromisso que o governo do Maranhão assumiu de priorizar políticas sociais. Nós assumimos um documento com várias estratégias, inclusive o Plano Mais IDH, e assinamos também a segunda edição da campanha de combate ao trabalho escravo, para que em nossas escolas, em todo nosso território, possamos esclarecer as pessoas sobre os seus direitos e dar condições integrais de trabalho”, afirmou o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB).
Por meio do “Escravo, nem pensar!”, escolas da rede estadual desenvolverão este ano atividades de prevenção ao trabalho escravo com alunos e pessoas da comunidade. A abordagem desse tema integra o currículo oficial da rede estadual desde 2017, como resultado da primeira edição do projeto, enfatiza a publicação.
Para Natália Suzuki, coordenadora do programa, “é fundamental que o tema do trabalho escravo, assim como o seu combate, seja inserido numa agenda mais ampla de defesa de direitos humanos, uma vez que essa prática indigna e inaceitável está arraigada em estruturas socioeconômicas consolidadas há décadas. Para romper isso, é preciso tratar questões de fundo como a situação de vulnerabilidade ainda presente em muitas comunidades maranhenses”.
Ainda segundo os organizadores, nesta segunda edição o foco a formação continuada da equipe do “Escravo, nem pensar!” com profissionais responsáveis pela formação de professores de oito territórios administrativos da Secretaria de educação do estado, chamados de Unidades Regionais de Educação. Esses profissionais serão responsáveis por multiplicar a proposta para os educadores das escolas.
A atividade fez parte da pesquisa de campo realizada para identificar os efeitos da migração forçada, o aliciamento e problemas correlatos que afetam a rotina das escolas e a vida dos estudantes do Maranhão.
Os representantes do “Escravo, nem pensar!” também coletaram informações sobre a metodologia de formação continuada de professores.