Após intervenção, Padilha admite que Temer quer ser candidato

Depois de decretar a intervenção militar no Rio de Janeiro,lideranças da cúpula tem o tema "reeleição de Temer" como pauta das suas entrevistas. a bola da vez foi o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que admitiu nesta terça-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha, que não exclui a hipótese de Temer ser candidato à reeleição.

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"Eu não excluo a hipótese do candidato dele ser ele mesmo", disse Padilha na estrevista. "Mas ele não tem admitido essa hipótese ainda. Eu penso que não há ninguém que defenda melhor o seu governo e as medidas que foram tomadas. Nós temos muitos pontos para serem defendidos", completou.

A afirmação de Padilha reforça as especulações em torno dos reais interesses de Temer e sua cúpula com o decreto da intervenção militar no Rio de Janeiro, tendo o objetivo de criar uma cortina de fumaça e abrir espaço para o MDB barganhar nas eleições deste ano.

Segundo Padilha, a estratégia é para ter um candidato que defenda as reformas do governo, o que até agora tem sido a principal dificuldade da cúpula do MDB, já que Temer bate recorde de rejeição nas pesquisas.

Apesar de ocupar o governo, o MDB de Temer era considerado como praga para alguns aliados que buscam manter uma distância do governo para não perder votos.

A saga do governo é encontrar uma ser que dispute as eleições presidenciais de outubro, que assuma publicamente o que Temer classifica como "seu legado", incluindo a reforma trabalhista que retirou direitos e a emenda que congelou os investimentos públicos por 20 anos.

De acordo com fontes próximas a Temer, o martelo sobre quem será esse candidato será batido no fim de maio ou início de junho.

Auxiliares próximos do presidente, no entanto, já trabalham com a hipótese de Temer ser realmente candidato, apesar da baixa popularidade e das intenções de voto em torno de 1 por cento. O cálculo é que, com as medida na área de segurança, Temer passaria a ser viável como candidato se sua popularidade chegar a 15% e sua rejeição cair a 60%, dos atuais 70 por cento, até abril.

A julgar pelo clima de protestos que tomou conta do Carnaval, esse cálculo não vai fechar a conta.