PSB desiste de obstrução: “Governo não tem votos para aprovar reforma”
O PSB divulgou na quinta-feira (8) que o partido não vai mais fazer obstrução às sessões plenárias para inviabilizar o início da votação da Reforma da Previdência. A estratégia havia sido acordada entre os partidos contrários ao governo Temer no início da semana e surtiu efeito no Plenário da Câmara.
Publicado 09/02/2018 15:39
Em nota, os 32 deputados da legenda liderada por Júlio Delgado (MG) avaliam que a base não tem votos para aprovar a proposta neste mês e, por isso, defendem que o texto vá a voto no calendário já anunciado – após o carnaval. Com isso, os deputados esperam botar um ponto final nesta pauta governista.
A nota do PSB acusa o governo de usar a obstrução de partidos contrários a Temer como justificativa para adiar a votação do texto para após as eleições, quando os deputados já não sofrem tanta pressão das bases.
“Os deputados governistas se escondem atrás da obstrução da Oposição para dizer que querem, mas não conseguem votar a reforma. Com isso, os deputados aliados continuam recebendo benesses em troca dos votos que darão à matéria em novembro, quando os não reeleitos não terão compromisso com a sociedade ou temor de retaliação das urnas”, diz o texto.
Esta semana, durante um ato na Câmara, Delgado afirmou que o partido fechou questão em relação à Reforma da Previdência e se algum parlamentar votar favoravelmente à matéria será expulso.
Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição, o governo precisa de, no mínimo, 308 votos favoráveis, mas vem enfrentando dificuldades em reunir aliados por se tratar de um tema polêmico às vésperas das eleições.
Apesar da decisão do PSB, os demais partidos de Oposição ao governo Temer, ainda estão mantendo suas posições de "obstrução total" às pautas discutidas em Plenário. As legendas defendem que além da Reforma da Previdência há outras matérias polêmicas em jogo, como a privatização da Eletrobras, que não podem passar.