Tarifa cobrada pelo restaurante universitário da UnB pode subir 160%
Estudantes da Universidade de Brasília (UnB) estão se mobilizando contra uma proposta de aumento da tarifa do restaurante universitário (RU). O preço da refeição, que hoje é de R$ 2,50, pode subir 160%, chegando a R$ 6,50. A proposta faz parte de uma resolução que será votada em fevereiro pelo Conselho Administrativo da universidade.
Publicado 19/01/2018 13:14
A estudante Amanda Sarmento, de 20 anos, faz uso do restaurante no período noturno e gasta em média R$ 12,50 por semana para jantar todos os dias no local. Ela acredita que, se o aumento for aprovado, a medida irá prejudicar os alunos.
"A gente entende que a universidade está passando por problemas financeiros, mas é um aumento que deixa a gente sem palavras. A gente vai pro RU justamente porque é mais barato e tem uma certa qualidade", afirma.
Em nota enviada ao Brasil de Fato por meio de sua assessoria de imprensa, a UnB argumentou que o preço da refeição não sofre reajuste desde 1994. O restaurante serve diariamente café da manhã, almoço e janta, todos a R$ 2,50 cada.
O custeio do equipamento se dá em duas frentes: pela contribuição dos alunos por meio do pagamento das refeições e pelos recursos da própria UnB. A reportagem solicitou dados a respeito da venda diária no restaurante e da atual verba da universidade, mas não obteve retorno. No ano passado, os recursos previstos para a UnB sofreram um corte de 45%, dentro do arrocho fiscal promovido pelo governo golpista de Michel Temer (MDB).
O estudante Matheus Barroso, membro do Comitê em Defesa da UnB, aponta que o aumento da tarifa pode comprometer a relação dos alunos com a universidade. "Vai prejudicar a permanência dos estudantes, porque o restaurante universitário tem essa finalidade. Ele não é pra ser superavitário porque a função dele é a manutenção de jovens dentro na universidade", pontuou.
O Comitê foi criado em outubro no ano passado, no contexto de redução orçamentária da UnB. Em 2017, a instituição fez adaptações no cardápio do RU, alegando que precisava baratear os custos com as refeições. Além disso, demitiu funcionários terceirizados que prestavam serviços gerais.
Matheus Barroso defende também mobilizações para que a administração da universidade enfrente o Poder Executivo e resista ao ajuste fiscal. "O que nós colocamos é que a universidade enfrente, como outras já fizeram, esse contingenciando que o MEC está aplicando às universidades federais", disse.
Em fevereiro, os estudantes da UnB vão se reunir para articular uma maior mobilização contra a proposta de aumento no preço das refeições.