Publicado 16/01/2018 14:44
A partir desta terça-feira (16), a Organização Mundial da Saúde passou a considerar a região de São Paulo como área de risco ao avaliar o aumento da atividade do vírus no estado. Desde janeiro de 2017 foram confirmados 40 casos de febre amarela no estado, sendo que 21 resultaram em morte, segundo Secretaria Estadual da Saúde.
Diante deste cenário, a OMS recomenda que estrangeiros tomem a vacina.
"A determinação de novas áreas consideradas de risco de transmissão de febre amarela é um processo contínuo, e atualizações serão fornecidas regularmente. Consequentemente, a vacinação contra a febre amarela é recomendada para viajantes estrangeiros que visitem qualquer área no estado de São Paulo", disse a OMS, em comunicado.
Ainda nesta terça, o governo de São Paulo anunciou que a vacinação fracionada contra a febre amarela em 54 municípios do estado será antecipada para o dia 29 de janeiro. Anteriormente, o governo havia anunciado que a aplicação das doses seria realizada a partir do dia 3 de fevereiro, informou o portal G1.
Segundo dados o próprio órgão de saúde, entre dezembro de 2016 a junho de 2017, o Brasil registrou 777 casos de febre amarela, com 261 mortes, em oito estados. Sendo que grande parte deles estava concentrada em Minas Gerais. Foram anunciados outros casos também em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Pará e Tocantins.
A lista de locais considerados como áreas de risco de contaminação como a região norte do Rio de Janeiro, o sul da Bahia e todo o Espírito Santo. Já estavam nessa lista estados do Norte e do Centro-Oeste, além de Maranhão, Minas Gerais e partes dos Estados da região Sul, de São Paulo, da Bahia e do Piauí.
Confira abaixo o contexto, tratamento e prevenção da febre amarela:
Contexto
Em outubro de 2017, mais de 26 parques foram fechados em São Paulo, após serem encontrados macacos mortos pelo vírus da febre amarela. Os primatas são os principais hospedeiros do vírus, que é transmitido aos seres humanos através de mosquitos silvestres, principalmente o Haemagogus e o Sabethes. O ciclo de transmissão urbano, que tem como vetor de transmissão, principalmente, o mosquito Aedes Aegypti, não é registrado no Brasil desde 1942. Por esse motivo, a febre amarela é mais comum em áreas rurais e de mata, onde ocorre o ciclo silvestre.
Ao longo dos anos, o mapa das regiões recomendadas de vacinação no país foi se ampliando. Em 1997, segundo dados do MS, a maior parte dos estados do Nordeste, do Sudeste e do Sul não era afetada pelo vírus. Entre dezembro de 2016 e agosto de 2017 foram confirmados 777 casos e 261 óbitos pela doença. O sudeste concentrou a grande maioria dos casos: 764 confirmados.
Sintomas
A febre amarela causa sintomas genéricos como dor de cabeça, febre baixa, fraqueza, vômitos, dores musculares e nas articulações. Entretanto, sua principal especificidade, é a icterícia, definida como a presença de uma cor amarelada na pele, nas membranas mucosas ou nos olhos. Em sua fase mais grave, a doença pode causar inflamação no fígado e nos rins, hemorragias e levar à morte.
Tratamento
O tratamento da doença é apenas de amenização dos sintomas, através do uso de antitérmicos e analgésicos. Em estágios graves, há a hospitalização para reposição de líquidos e perdas sanguíneas.
Prevenção
Para a prevenção da doença, a vacina é recomendada para crianças a partir de nove meses, e pode ser encontrada nas unidades públicas de saúde, com dose gratuita. O aumento da demanda, entretanto, provocou a falta em alguns postos. Na rede privada, as doses podem chegar a cerca de R$250.