Tunísia: exército ocupa cidades para impedir protestos
As Forças Armadas da Tunísia ocuparam diversas cidades do país nessa quinta-feira (11), onde diversas manifestações contra a política de austeridade do governo deixaram, até agora, pelo menos um morto. Mais de 300 manifestantes foram presos na madrugada de quarta-feira (10)
Publicado 11/01/2018 16:42

O governo enviou soldados para Thala, perto da fronteira com a Argélia, onde a sede da Segurança Nacional foi incendiada pelos manifestantes, obrigando a polícia a se retirar da cidade, segundo testemunhas. As Forças Armadas também estão presentes em Sousse, Kébili e Bizerte, para proteger os prédios públicos.
Na segunda-feira (8), um movimento contra as medidas de austeridade, que entraram em vigor no dia 1 de janeiro, desencadeou uma batalha contra o exército tunisiano. Diversas cidades foram saqueadas.
A população protesta contra a alta dos preços dos combustíveis, dos automóveis, da telefonia e do acesso à Internet decididas no orçamento de 2018. O partido islâmico Ennahda, que participa da coalizão governamental, pediu um aumento do salário mínimo e um aumento das ajudas públicas para as famílias mais necessitadas.
De acordo com o porta-voz do Ministério do Interior, Khelifa Chibani, mais de 600 pessoas foram presas desde segunda-feira (8). Diante da contestação, o primeiro-ministro tunisiano, Youssef Chahed, lançou um alerta contra os manifestantes, dizendo que “o Estado protegerá suas instituições e seu povo”.